Caracterização patológica das doenças bacterianas sistêmicas com envolvimento do sistema nervoso central de cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sousa, Felipe Auatt Batista de
Orientador(a): Pavarini, Saulo Petinatti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274993
Resumo: As encefalopatias bacterianas são incomuns na espécie canina e geralmente estão relacionadas a processos septicêmicos, extensão direta de estruturas adjacentes e à endocardite. Os principais aspectos patológicos dessas condições no sistema nervoso central são pouco estudados. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo determinar a frequência, as características macroscópicas e microscópicas, e as etiologias mais comuns das lesões encefálicas que podem se manifestar em cães com doença bacteriana sistêmica. Foi conduzido um estudo retrospectivo nos arquivos de necropsia do Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de janeiro de 2005 a dezembro de 2020, em busca de casos de cães diagnosticados com endocardite, septicemia e tuberculose generalizada. Lesões concomitantes no encéfalo foram observadas em 33 cães com endocardite, em nove cães com septicemia e em um cão com tuberculose generalizada. Na maioria dos casos de endocardite (27/33) foram observadas lesões encefálicas macroscópicas. Na histologia, foram observadas lesões neurológicas meningeais em 28/33 cães, sendo estas lesões divididas em três padrões: hemorrágico (27/28), vascular (25/28) e celular (13/28). Todos os 33 cães apresentaram lesões no neurópilo, sendo estas enquadradas em quatro padrões: vascular ligado ao neurópilo (17/33); microabscedativo ligado ao neurópilo (14/33); isquêmico hemorrágico ligado ao neurópilo (14/33); e isquêmico celular ligado ao neurópilo (2/33). Nos casos de septicemia, lesões neurológicas macroscópicas foram observadas em 4/9 casos, com predomínio de cães jovens com menos de três meses de idade. Lesões neurológicas microscópicas foram observadas em todos os nove cães com septicemia e agrupadas em três padrões: meningeal (9/9), encefálico (6/9) e ventricular (4/9). No cão com neurotuberculose havia acentuado espessamento em leptomeninges da região basilar do encéfalo. À histologia havia acentuado infiltrado inflamatório de macrófagos epitelioides, células gigantes multinucleadas e moderada proliferação de tecido conjuntivo fibroso, por vezes circundando áreas de necrose caseosa e vasos sanguíneos. Nos casos de endocardite houve predomínio de lesões encefálicas sugestivas de reperfusão cerebral. Já nas septicemias, as alterações foram infrequentes e, quando presentes, envolveram difusamente as meninges e ocasionalmente o sistema ventricular de cães jovens. A neurotuberculose em cães foi infrequente e possivelmente relacionada ao agravamento da tuberculose disseminada.