Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Mouzer, Marcus Vinicius de Souza |
Orientador(a): |
Kubo, Rumi Regina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/172479
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Resumo: |
Este trabalho pretende, a partir de uma caracterização geral de aspectos da agricultura africana elaborados por distintas histórias, principalmente junto às perspectivas “afro-quilombolas”, da etnoecologia, história e antropologia, compreender quais elementos, processos e invenções são ainda notáveis na agricultura quilombola do litoral médio do Rio Grande do Sul na atualidade, especialmente na constituição das chácaras da comunidade negra rural do Limoeiro, RS. Para isso, propõe-se que concebamos a história como um processo no qual os seres humanos não são tanto transformadores do mundo, mas, principalmente, a(u)tores desempenhando um papel na transformação do mundo por ele mesmo. A história é, em síntese, um movimento de autopoiese. Neste processo, todos podem tanto desempenhar um papel de produtores quanto de produtos de sua própria evolução, uma vez que, por meio de suas ações, eles contribuem ao mesmo tempo para as condições ambientais de seu próprio desenvolvimento e para aquelas do desenvolvimento dos outros organismos com os quais eles estão em relação. Percebe-se por esta perspectiva, formas de criatividade, arte e ciência de (se) manejar ambientes (campos, florestas, agroflorestas, açudes, roças, animais, etc.) preciosas nas chácaras de agricultores negros do Limoeiro. Ao se realizar a leitura de uma importante obra do historiador Mário Maestri e pesquisar os modos de vida etnoecológicos dos agricultores negros da Comunidade do Limoeiro, verifica-se a constituição de espaços, paisagens e culturalidades fortemente ligadas à manutenção e reatualização histórica da sócio, agro e biodiversidade locais. As chácaras quilombolas do Limoeiro, pela razão de estarem atualmente sendo gestionadas por descendentes de escravos vindos da África, guardam em seus espaços variadas reinvenções ecológicas (agricultura; práticas ambientais de subsistência, etc.) de cunho sociocultural. Os principais materiais que ligam os elementos de ambas as agriculturas (dos negros africanos e dos negros americanizados), para vias de simplificação, estão nas plantas cultivadas. Muitas delas, entre idas e vindas de um continente ao outro, permanece sendo cultivada aqui (inclusive no Limoeiro) e lá. Os processos que configuram a agricultura no Limoeiro, quilombo tomado como referência e etnografado, dão-se a partir das múltiplas maneiras de reinvenção de práticas de agricultura que se verificam. É a partir da análise de processos autopoiéticos locais que se pode aprofundar de maneira interessante a fusão entre história e evolução. As invenções são os atos dos “quilombos” por si, locais de intensa resistência etnoecológica e ressignificados em todo Brasil conforme suas múltiplas peculiaridades, geradas principalmente pelas famílias que os constituem e os preservam pelos laços de reciprocidades. No litoral médio do RS, as chácaras passam a serem invenções dos quilombos locais. As chácaras se confundem com os quilombos, os quilombos se confundem com as chácaras, lócus de resistência e reinvenção diária das características que revelam os quilombos locais. A fusão entre cultura e natureza, sumarizando as principais questões desta dissertação, foi uma das mais importantes invenções humanas que permitiu a sobrevivência de nossa espécie. Neste sentido, torna-se incomensurável a importância que passam a ter os povos tradicionais na manutenção biocultural daquilo que se acredita normalmente ser a “Natureza”. |