Embriões do poder popular? um estudo comparado das experiências agrárias de trabalho e educação no Brasil e Venezuela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Dias, Vanessa Gonçalves
Orientador(a): Paludo, Conceição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221889
Resumo: Esta pesquisa se insere no debate sobre o projeto destrutivo do capital e as alternativas de trabalho e educação do campesinato latino-americano. A pesquisa se desenvolveu em dois países: Brasil e Venezuela, em territórios rurais, onde foram acompanhadas as práticas produtivas e educativas nos Assentamentos Rurais: Capela e Filhos de Sepé, na Região Matropolitana de Porto Alegre/RS, e nas Comunas Socialistas: El Maizal e Che Guevara na República Bolivariana da Venezuela. A pesquisa teve como objetivo principal analisar em que medida a luta política travada pelos trabalhadores e trabalhadoras desenvolve consciência de classe, auto-organização e experiência na organização política na perspectiva da emancipação humana (MARX, 2009), autogestão (MÉSZÁROS, 2011) e poder popular (MARX, 2004, 2011, 2013, 2018; LÊNIN, 1976, 1980, 1981; OSORIO, 2014; ZIBECHI, 2014, FAZZIO, 2019). A metodologia da pesquisa consistiu na perspectiva teórica do Materialismo Histórico Dialético (TRIVIÑOS, 1987; KOSIK, 2011), no campo da pesquisa qualitativa em educação (LÜDKE, 1986), delimitando-se um estudo comparado. Conclui-se que: a) embora as experiências pesquisadas não eliminem a alienação do trabalho, a propriedade e a posse dos meios de produção, o trabalho em seu sentido ontológico, a educação politécnica e a ciência agroecológica trazem para os trabalhadores/as a possibilidade de articular os saberes que a organização capitalista do trabalho fragmentou; b) os processos educativos com novas culturas do trabalho, novas matrizes produtivas forjam na práxis da produção coletiva novas relações de organização, produção, educação e insubordinação; c) de modo geral, pode-se evidenciar que o Movimento Comunero avança com a Ofensiva Socialista na construção do Estado Comunal na República Bolivariana da Venezuela. Enquanto o MST, em graus diversos, consegue se colocar como uma alternativa de "resistência ativa" para o campesinato gaúcho, a partir da experiência do "conglomerado de produção ecológica" (MARTINS, 2019). Dessa forma, concluímos que o cooperativismo, a autogestão, a agroecologia constituem-se enquanto elementos centrais para a construção do poder popular no século XXI.