Conservação de áreas úmidas no âmbito da Lei de Proteção da Vegetação Nativa do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Grasel, Daniel
Orientador(a): Jarenkow, João André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250102
Resumo: Em 2012, retrocessos na legislação ambiental mais importante sobre terras privadas brasileiras, renomeada como “Lei de Proteção da Vegetação Nativa” (LPVN), colocaram uma série de áreas úmidas sob risco de degradação e/ou conversão. Dentre as áreas úmidas mais afetadas estão as lagoas, que praticamente perderam sua proteção legal. As alterações legislativas na LPVN colocaram em risco não apenas a grande biodiversidade das áreas úmidas, mas também a provisão de importantes serviços ecossistêmicos por elas prestados. Aqui, contribuí com a identificação e divulgação de retrocessos e inadequações na LPVN e chamei a atenção para a necessidade da regulamentação sustentável dela nos estados. Além disso, conduzi investigações sobre a diversidade (alfa, beta e gama) e composição florística em áreas úmidas na bacia do alto Rio Uruguai, Sul do Brasil, que contemplaram três tipos de áreas úmidas amplamente predominantes na região: lagoas e áreas ripárias adjacente a córregos e rios. Esses estudos objetivaram a geração de subsídios para a gestão sustentável de áreas úmidas e a detecção de potenciais efeitos negativos decorrentes de medidas na LPVN. Os resultados mostraram que cada tipo de área úmida apresenta padrões de biodiversidade únicos e contribui de forma categórica para a conservação, evidenciando que a adequada proteção do contínuo de conectividade das áreas úmidas é essencial para a sua gestão sustentável. Além disso, mostrei que lagoas apresentam a maior singularidade florística, um número muito maior de espécies herbáceas exclusivas e níveis de diversidade vegetal até maiores do que os exibidos por áreas ripárias, que apresentam um status legal muito menos desfavorável, evidenciando que a remoção da proteção legal de lagoas é inadequada. Eu argumento que a legislação ambiental do Brasil precisa passar por mudanças drásticas se o objetivo for assegurar a conservação da biodiversidade nas áreas úmidas e a manutenção de importantes serviços provisionados por esses ecossistemas. A criação de uma política nacional focada na gestão de áreas úmidas e 5 baseada no conhecimento científico é provavelmente a melhor maneira de alcançar esse propósito.