Alterações no perfil nutricional de alcoolistas durante a abstinência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Balbinotti, Laíse
Orientador(a): Hagen, Martine Elisabeth Kienzle
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213289
Resumo: Introdução: O uso de substâncias psicoativas é uma prática milenar e universal, sendo que seu consumo sempre existiu ao longo dos tempos. Dentre as substâncias psicoativas destaca-se o álcool e seu consumo abusivo está associado a efeitos nocivos sobre a saúde do indivíduo e suas relações familiares e sociais, caracterizando-o como um dos maiores problemas de saúde pública. Do ponto de vista nutricional, o álcool é a única substância psicoativa que fornece calorias consideradas "vazias" (7,1 kcal/g), pois não fornece outros nutrientes. Durante a recuperação, alcoolistas em abstinência podem desenvolver padrões alimentares inadequados e ganho de peso excessivo. Objetivos: Verificar o perfil nutricional dos pacientes alcoolistas em abstinência internados em uma unidade de psiquiatria de adição de um hospital público universitário. Métodos: Estudo longitudinal, quantitativo, realizado em uma unidade de internação em adição em um hospital público universitário do sul do Brasil, com coleta de dados em até 48h da baixa hospitalar e no 15º dia da primeira avaliação. A amostra foi composta por 38 alcoolistas do sexo masculino, de 18 a 60 anos, sendo excluídos os que utilizavam cocaína e/ou crack. Os dados antropométricos avaliados foram o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura (CC). A avaliação da composição corporal foi medida pela bioimpedância elétrica. Os dados obtidos do registro do prontuário do paciente foram: data de nascimento, data da internação, cor de pele, escolaridade, estado civil, ocupação, diagnóstico clínico e psiquiátrico. Também foram obtidos os valores referidos do padrão de consumo de álcool. Resultados: A média de idade foi de 49,3±7,3 anos, com a média de idade do primeiro uso de 16,7±4,9 anos. O tipo de bebida alcoólica mais consumida foi a destilada (81,5%) e a frequência de consumo diária representou 86,8%. Observou-se que 34,2% dos pacientes apresentaram um padrão de ingestão de 1000 mL/dia, com média de consumo de etanol de 420,9 ± 260,9 g/dia. Houve o uso concomitantemente do álcool com o tabaco em 65,8% dos indivíduos. A média de ganho de peso foi de 2,7 ± 2,1 kg em 15 dias da primeira avaliação. O IMC e a CC inicial e final da amostra apresentaram diferença estatisticamente significativa (P<0,05). A avaliação corporal dos pacientes por bioimpedância elétrica demonstrou um aumento significativo de massa magra e água corporal total (P<0,001). Conclusão: Observou-se que houve aumento significativo de peso, do IMC e da circunferência da cintura entre os indivíduos em recuperação no 15º dia de internação, fazendo-se necessário o desenvolvimento de estratégias de educação nutricional e incentivo a comportamentos alimentares saudáveis.