Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Jairo Antonio da |
Orientador(a): |
Veiga-Neto, Alfredo José da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/164359
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Resumo: |
Esta Tese procura problematizar as feiras, mostras e exposições da educação profissional e tecnológica como espaços educativo-produtivos que operam tanto no âmbito do desenvolvimento de saberes que escapam ao ambiente escolar formal, e que, portanto, são de difícil desenvolvimento, objetivação e formalização nas salas de aulas e laboratórios, quanto no âmbito da formação das subjetividades trabalhadoras, entendendo estas estratégias como uma forma de governo das condutas dos estudantes-trabalhadores, ou como uma forma de governamento da sociedade. Para tal problematização, utilizei como lócus privilegiado de análise uma das maiores mostras de trabalhos técnicos da América Latina, a Mostratec (Mostra Brasileira/Internacional de Ciência e Tecnologia). De forma geral, pretendi analisar como esta mostra conduz as condutas dos estudantes-trabalhadores, tomando o conceito de governamentalidade como o fio condutor de minha pesquisa, de forma que ele atravessasse minhas incursões pelas teorizações e pelas análises realizadas. De forma mais detalhada, tentei mostrar que as feiras, mostras e exposições da educação técnica profissionalizante operam como lócus privilegiado para a formação das subjetividades dos estudantes-trabalhadores, formação essa que se dá a partir de dois processos ou tratamentos da subjetividade — sujeição social e servidão maquínica — que são complementares, interdependentes e que contribuem para o funcionamento da educação escolar e do próprio neoliberalismo. Argumenta-se que os deslocamentos contemporâneos no mundo do trabalho e na produção fazem com que algumas das tecnologias de governamento da sociedade sejam revalorizadas e reelaboradas no novo contexto do ensino técnico profissionalizante, que tem se apresentado, historicamente, como um sintoma implicado do desenvolvimento das forças produtivas. Considerando-se que a formação do estudante-trabalhador, vinculada às novas necessidades do trabalho contemporâneo, depende cada vez mais do seu caráter imaterial e da produção e do investimento cada vez mais precoce de si mesmo, ou seja, representa um processo onde o “produto” do aprendizado é inseparável do ato de produzir, podemos considerar que a produção escolar-empresarial se aproxima de uma execução virtuosística característica de atividades que encontram seu próprio cumprimento em si mesmas e que exigem a presença de um público. Busquei mostrar que feiras, mostras e exposições da educação profissional e tecnológica operam como estratégias neoliberais de governamento, tanto como um espaço público estatal que permite aos estudantes-trabalhadores executarem seu virtuosismo na presença do outro, quanto como estratégias para o desenvolvimento de saberes que escapam ao ambiente escolar formal. Por outro lado, também visam o desenvolvimento da individualização e da desigualdade concorrencial, bem como o bloqueio e a interrupção do excedente dos processos cognitivos, dos movimentos de cooperação, conhecimento e linguagem, visto que, para existir, o capital precisa bloquear os processos de captação social do valor, porque estes são excedentes, vão além de sua capacidade de comando. |