Família, criança, classe especial : um estudo sobre as dimensões da violência simbólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Baptista, Cláudio Roberto
Orientador(a): Folberg, Maria Nestrovsky
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200661
Resumo: O objetivo básico deste trabalho foi a investigação da condição vivencial e afetiva de crianças com problemas de aprendizagem e/ou ajustamento, atendidas em classes especiais (para deficientes mentais educáveis). Essa condição da criança foi considerada na sua articulação com a dinâmica intersubjetiva que configura as relações familiares, especificamente as relações pais-filho. Houve busca constante de estabelecimento de paralelo entre a realidade familiar da criança e seus “sintomas escolares”. A pesquisa foi desenvolvida na forma de estudos de caso, buscando a compreensão do contexto de cada sujeito, na sua singularidade. A amostra se compõe de oito crianças, correspondentes a uma classe especial de uma escola pública da periferia de Porto Alegre. Utilizou-se como instrumento principal de coleta de dados a entrevista centrada no entrevistado (“focused interview”). Foram entrevistados os pais, as crianças, a professora da classe especial e as professoras de classes regulares que receberam crianças egressas dessa classe especial. Houve ainda confronto dos dados com as prévias avaliações diagnósticas das crianças. A análise das entrevistas foi desenvolvida basicamente segundo a técnica de análise do conteúdo, que partiu de compreensão qualitativa do texto, visando o confronto entre os níveis manifesto e latente do discurso. Esse confronto baseou-se numa leitura hermenêutica dos discursos e sua articulação com a psicanálise, enquanto base teórica. Houve o entrecruzamento dos diferentes dados, onde a coerência interna a cada caso era apreendida a partir dos elementos repetidos ou em contradição, com vistas a elucidar as relações investigadas. Respeitando-se as particularidades das dinâmicas familiares em questão, buscou-se elementos integradores discutidos nas considerações referentes ao aspecto global. Evidenciou-se indicias de funcionamento psíquico familiar, no sentido de manter o sintoma da criança. Destacaram-se os aspectos referentes ao discurso latente (nível implícito) de manutenção das relações de dependência do filho â dupla parental e desvalorização de iniciativas que visem autonomia. O processo de encaminhamento e avaliação das crianças foi discutido, bem como a atuação da classe especial dando continuidade à relação familiar vivenciada pela criança. Nessa relação a expectativa implícita é o “não desenvolvimento” da criança. Finalmente foram apresentados questionamentos e sugestões quanto à necessidade de reformulações, no âmbito do trabalho pedagógico e das equipes médico-psicológicas que atendem crianças com problemas de aprendizagem.