A doação de órgãos e tecidos como problematização do corpo nas artes e nas ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Sartori, Zenilda Cardozo
Orientador(a): Santos, Luís Henrique Sacchi dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/26064
Resumo: Assentada numa abordagem pós-estruturalista de Estudos Culturais, de inspiração foucaultiana, esta dissertação buscou tensionar a intersecção entre o campo das ciências e o das artes. Para tanto, tomou os discursos contemporâneos sobre o corpo, especialmente sobre a doação de órgãos e tecidos, como seu mote organizador. A ação artística Doações do Corpo, constituída por objetos artísticos para serem doados durante esta pesquisa, mimetizou os processos seletivos adotados pelo sistema de transplantes, na escolha dos receptores para os órgãos, e pelo sistema das artes, na escolha dos artistas para as exposições. Isso fez com que o público ocupasse o lugar de paciente que necessita de um transplante de órgão e, ao mesmo tempo, o lugar de artista, que busca espaço para expor suas obras no circuito das artes. A análise foi realizada sobre os textos dos participantes, produzidos com o intuito de receberem o órgão/obra. A partir dos textos produzidos desde a perspectiva dos receptores para os órgãos/obras, poder-se-ia apontar, além dos aspectos simbólicos sobre a temática dos transplantes que circulam em nossa cultura, a recorrência de discursos sobre a optimização do corpo, visando maximizar suas capacidades produtivas. Além disso, a necessidade da transformação dos indivíduos em empreendedores de si, através do investimento constante sobre o corpo e a saúde, o aperfeiçoamento associado à retórica do risco, considerando que os indivíduos são livres para escolherem as ações a serem empreendidas durante esses processos, ao mesmo tempo em que são os responsáveis por suas consequências.