Megaeventos, reestruturação urbana e gentrificação o caso do Projeto Porto Maravilha - Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Paradeda, Joana de Mattos
Orientador(a): Almeida, Maria Soares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/140024
Resumo: Associadas a uma governança urbana empreendedorista e a um desenvolvimento baseado no estímulo ao consumo, as estratégias de organização dos megaeventos da atualidade estão fortemente orientadas às diferentes formas de lazer, turismo, esporte e entretenimento. Atualmente, os Jogos Olímpicos são considerados o evento esportivo de maior dimensão e repercussão no mundo e, sua organização, diz respeito a um amplo conjunto de intervenções urbanas que, quando bem organizadas e estruturadas, podem estimular a qualificação do espaço urbano trazendo benefícios para a população local. No entanto, em um relatório publicado em 2007 pelo Centro de Direitos de Moradia e Expulsão (COHRE), foi divulgado que entre 1988 e 2008 as Olimpíadas deslocaram mais de dois milhões de pessoas, de forma direta e indireta, ao redor do mundo e são uma das principais causas da inflação imobiliária, gerando processos de gentrificação. Como parte crucial de um planejamento estratégico adotado pela cidade, o Rio de Janeiro sediará, em 2016, os Jogos Olímpicos de Verão e tem incluído em seu Plano de Legado Urbano e Ambiental a reestruturação urbana da Região Portuária da cidade, através de uma Operação Urbana Consorciada, denominada Porto Maravilha, objeto de estudo desse trabalho. Com uma temática relacionada aos processos de gentrificação decorrentes das reestruturações urbanas vinculadas aos Jogos Olímpicos, essa pesquisa tem como objetivo principal, verificar se, após seis anos do lançamento do Projeto Porto Maravilha e com a primeira etapa das obras de infraestrurura concluída, há indícios de um processo de gentrificação ocorrendo no local. Para alcançar o objetivo, são delimitadas, através da construção da análise, quatro variáveis de pesquisa para o estudo de caso: a física, a econômica, a social e a cultural. Os métodos de coleta de dados englobam levantamento de arquivo, levantamento físico, levantamento fotográfico, produção de mapas, observação e entrevistas semiestruturadas com moradores, artistas, comerciantes e prestadores de serviço, localizados no percurso escolhido para a análise. Por meio da descrição dos resultados das quatro variáveis apresentadas, constata-se que apesar da área estar em uma fase de transição, já é possível observar no recorte espacial indícios de algumas características fundamentais dos processos de gentrificação, tais como o reinvestimento no dilapidado ambiente construído, valorizações significativas no mercado imobiliário, melhorias no padrão de estabelecimentos comercias e de serviços, indícios iniciais de mudanças no perfil da população e novos discursos culturais sobre o bairro, redesenhando assim, o perfil da região.