Limitantes climáticos de espécies arbóreas através do gradiente tropical-subtropical em florestas da mata atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Klipel, Joice
Orientador(a): Muller, Sandra Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/198856
Resumo: Por que algumas espécies são amplamente distribuídas enquanto outras possuem estreita amplitude de distribuição? Essa questão há muito tempo tem motivado ecólogos a tentar entender as distribuições das abundâncias das espécies e como essas distribuições estão ligadas às tolerâncias das espécies. Espera-se que, em comunidades de plantas, a composição e a abundância das espécies variem de acordo com as tolerâncias individuais para diferentes condições climáticas, resultando em um menor número de espécies fisiologicamente tolerantes a condições mais estressantes e amplamente distribuídas no gradiente climático. Essa ideia é predita pela hipótese da tolerância fisiológica. A Mata Atlântica possui grande variação latitudinal e altitudinal, capturando gradientes relacionados com precipitação e temperatura, sendo assim uma ótima área de estudo para avaliar limites climáticos de espécies arbóreas. Uma maneira para classificar as tolerâncias das espécies e também identificar sob quais condições as espécies alcançam maior abundância (afiliação) é mapear suas distribuições através de gradientes climáticos, utilizando inventários florísticos. Diante desse contexto, nesta dissertação objetivamos investigar as amplitudes da distribuição de espécies arbóreas na Mata Atlântica ao longo de gradientes de temperatura e precipitação, bem como suas afiliações climáticas. Utilizamos dados de comunidades florestais do banco de dados TreeCo para obter dados de ocorrência e abundância de espécies arbóreas através do gradiente da Mata Atlântica (622 comunidades). Para as 2001 espécies analisadas neste trabalho, calculamos as amplitudes de ocorrência e o índice de afiliação em relação à temperatura média e à sazonalidade da precipitação. Identificamos que, como esperado pela hipótese da tolerância fisiológica, espécies que conseguem tolerar temperaturas mais frias são distribuídas ao longo de um amplo gradiente de temperatura, enquanto algumas espécies se restringem a locais com temperaturas mais quentes. Em relação à sazonalidade de precipitação, identificamos espécies amplamente distribuídas, ou seja de locais com menor sazonalidade até locais com maior sazonalidade, e espécies restritas a locais com maior sazonalidade, não seguindo o padrão da hipótese da tolerância fisiológica. Considerando as espécies significativamente afiliadas à temperatura e à sazonalidade da precipitação, verificamos que suas distribuições ótimas no gradiente climático tem associação ao padrão espacial biogeográfico da Mata Atlântica, onde se destacam dois blocos florestais predominantes: um grupo temperado sul e um grupo tropical norte.