A educação física no segundo grau : o cotidiano escolar e a educação física necessária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Pereira, Flavio Medeiros
Orientador(a): Mouriño Mosquera, Juan José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253311
Resumo: Da vivência profissional, de constatações sobre a literatura usual na ambiência escolar, de deficiências de estudos sobre a Educação Física Escolar desenvolvida no segundo grau, teve-se - considerando o conjunto de professores, alunos, escola e sociedade - a situação problemática de conhecer aprofundadamente esse setor da Educação Física. Para saber quais as principais regularidades do cotidiano da Educação Física desenvolvida no segundo grau, realizou-se un estudo de cunho etnográfico, com observações netódicas, entrevistas, questionários e análises docunentais. Durante dois semestres letivos, foram estudadas as realidades de quatro escolas - três escolas estaduais e uma particular - e em locais destinados à exercitação física em ambiente extra-escolar, da zona urbana de uma cidade da região sul do Rio Grande do Sul, Brasil, no início da década de noventa. Essas constatações foram analisadas sob a óptica da Educação Física Escolar Necessária. Essa concepção pedagógica, de referencial teórico-metodológico dialético, parte da exercitação física otimizada, individual e metodicamente desenvolvida, que também, indissoluvel e didaticamente, trata da teoria. Compreende o conjunto de professores, alunos e conhecimentos/práticas, como componentes de uma totalidade social, que a Educação Física é um elenento de mediação pedagógica e, considerando a processualidade da realidade cultural, as contradições, os conflitos e os indivíduos concretos, se orienta para a exercitação física e prática social permanentes. No cotidiano da Educação Física Escolar estudada também se refletiam os problemas económico-culturais da atualidade. Conflitos sociais esses que afligiam os professores, suas condições de trabalho e salariais, as condições de vida dos alunos que, nas escolas públicas, na sua grande maioria, eram filhos de assalariados, e a cultura como um todo. Os professores eram os dirigentes da Educação Física e se orientavam por paradigmas aproximados da cultura extra-escolar, convergindo para simplificações pedagógicas. Devido a essas práticas pedagógicas, com as diferenças e semelhanças dos contextos educativos, a Educação Física Escolar privilegiava a prática desportiva e recreativa, principalmente o futebol e o voleibol. Dessa prática recreativa, ainda que realizada prazeirosanente, evidenciou-se, na maior parte dos casos, uma deficiente estimulação motora. Cotidianamente, a prática desportiva- recreativa não deixou espaços para o tratamento didático da teoria da Educação Física. Devido a esse equívoco pedagógico, não foram propiciados conhecimentos fisiológicos e sociológicos aprofundados, referentes a exercitação física imediata ou futura. Os alunos, cuja maioria só se exercitava nas aulas de Educação Física Escolar, não tinham claros os objetivos da Educação Física, e também demonstravan atitudes de alienação política. Assim, deparou-se com problemas sócio-educacionais, que apontam para necessárias mudanças de práticas pedagógicas - mudanças na individualidade - ligadas obrigatoriamente, a questões mais profundas, de origem social - com ações transformadoras de caráter coletivo - visto que a Educação Física Escolar no segundo grau se insere numa totalidade cultural.