Modulação do comportamento de células do carcinoma espinocelular oral : influência de fatores químicos e físicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Campos, Paloma Santos de
Orientador(a): Lamers, Marcelo Lazzaron
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219749
Resumo: O carcinoma espinocelular oral (CEC) corresponde a 95% dos tumores que acometem a cavidade bucal e apresenta uma taxa de sobrevida em 5 anos de aproximadamente 50%. O tratamento convencional envolve cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia. Todas essas modalidades promovem algum grau de toxicidade e/ou morbidade ao paciente e, em muitos casos, não se mostram totalmente eficientes em impedir a progressão tumoral. Parte deste insucesso clínico se deve à presença de um microambiente tumoral, composto de variantes físicos, químicos e biológicos, o qual é capaz de modular o comportamento das células tumorais, como a migração celular observada durante a metástase. Os compostos que modulam este comportamento, como sais imidazólicos (SI) e polifenois, podem constituir alternativas terapêuticas complementares para melhorar o prognóstico de pacientes. Assim, nessa tese nossa hipótese é que o comportamento agressivo do CEC oral pode ser modulado por elementos físicos do microambiente tumoral e por compostos químicos seletivos. Nesta tese, foram analisados três parâmetros: A) fenótipo migratório das células CEC frente a diferentes durezas do ambiente, B) efeitos de sais imidazólicos sobre o CEC e C) analisar evidências de potenciais compostos para tratamento de câncer. Para o parâmetro A, células de CEC foram tratadas em diferentes graus de rigidez (0.48kPa e 20kPa) na presença/ausência de moduladores da contratilidade celular e submetidos a ensaios de migração. Observou-se que o pré-tratamento em substrato rígido induz maior velocidade de migração celular, o qual se mantém quando a célula é transferida para um ambiente menos rígido. A aquisição desta "memória" mecânica foi dependente da contratilidade celular, indicando potencial terapêutico para prevenir metástases e reincidências. Para o parâmetro B, foi realizado uma triagem de 09 compostos derivados de SI com potencial de afetar o comportamento de células CEC. Observou-se que o composto C16MImCl inibiu a proliferação celular e adesão celular, além de induzir a morte celular, apresentando efeitos semelhantes à cisplatina – substância utilizada como quimioterápico em CEC. Para o parâmetro C, foi conduzida uma revisão sistemática para analisar ensaios clínicos sobre o uso de polifenois no tratamento de tumores. Observou-se que os flavonoides, especialmente flavopiridol, mostraram resultados positivos para os tumores não-sólidos (140 pacientes com resposta completa – RC – e 88 com resposta parcial – RP – entre 615 pacientes em 11 ensaios) do que para tumores sólidos (4 pacientes com RC e 21 com PR entre 525 pacientes em 12 ensaios). Em conjunto, conclui-se a importância de avaliar diferentes parâmetros do microambiente tumoral, e assim, compreendendo a interação entre esses componentes pode-se buscar estratégias de tratamento que obtenham maiores taxas de sucesso.