Saúde-enfermidade-trabalho : síndrome do sobrevivente (estudo de caso no setor financeiro)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Hoefel, Maria da Graca Luderitz
Orientador(a): Liedke, Elida Rubini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/165451
Resumo: Nos últimos 20 anos, a desregulação do mercado financeiro e a internacionalização das atividades bancárias têm causado uma mudança nas políticas de gestão dos bancos em todo o mundo. Em busca de maior lucratividade, novas tecnologias, a automação bancária e maior racionalidade da gestão, bem como a intensificação do trabalho e menores salários efetivos, estão sendo introduzidos para aumentar a produtividade. Essas políticas têm levado à diminuição do número de funcionários das agências em todo o mundo e resultado no enfraquecimento do movimento sindical dos trabalhadores no setor bancário. Essas novas formas de organização e gestão estão desenvolvendo ambientes de trabalho cada vez mais marcados por sobrecarga e insegurança, em detrimento de aspectos relacionados à criatividade e à satisfação no trabalho. Como resultado disso, os bancários vêm revelando um novo quadro no processo saúde-enfermidade-trabalho expresso na Síndrome do Sobrevivente, que é considerada a manifestação física e psíquica da sobrecarga e da insegurança no trabalho. A intensidade dessa síndrome está relacionada à capacidade de resposta dos empregados frente às pressões da organização do trabalho. Quando essas pressões são tão intensas ou de duração tão longa que as estratégias desenvolvidas por eles não conseguem mais dar conta do acúmulo e do desgaste relacionando ao trabalho, um processo gradual de adoecimento pode ter início. A presente tese tem como objetivo o estudo das repercussões que a reestruturação bancária produz sobre o processo saúdeenfermidade- trabalho. Um estudo comparativo foi desenvolvido com 307 bancários de um banco privado e um banco público. Os sujeitos passaram por avaliação médica, sociológica e psicológica. Verificou-se que ocorreu um aumento da demanda de trabalho e do seu controle nos bancos. A constante ameaça de desemprego e a busca de estratégias para a preservação do emprego atual e de sobrevivência no trabalho acarretam condutas individuais e também coletivas marcadas por insegurança, ansiedade, depressão e desesperança, assim como reações neuro-endócrinas frente a situações potencialmente ameaçadoras. A fadiga, a falta de recuperação osteomuscular e a dor crônica propiciam o desenvolvimento da Síndrome Miofascial e das Lesões por Esforço Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). A depressão pode ocorrer como uma forma de fazer face à ansiedade persistente.