Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Silvia Elaine Cardozo |
Orientador(a): |
Menezes, Ana Maria Baptista |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197771
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Resumo: |
As doenças respiratórias agudas (DRAs) são uma das causas principais de morbidade e mortalidade infantil no mundo, especialmente no primeiro ano de vida. Com o objetivo de avaliar fatores de risco para hospitalização por DRAs, de crianças até um ano de idade, sua associação com o VRS e o índice de concordância diagnóstica entre o prontuário médico e um árbitro previamente designado, conduziu-se um estudo de casos e controles na cidade de Pelotas, RS. Os casos foram constituídos por crianças de até um ano de idade que se hospitalizaram por DRAs nos quatro hospitais da cidade, no período de julho de 1997 a agosto de 1998. Os controles foram representados por crianças da comunidade, sorteadas aleatoriamente, com até um ano de idade, sem hospitalização prévia por DRAs. Foi aplicado às mães cujos filhos estavam entre os casos e os controles, um questionário estruturado, contendo questões referentes ao nível socioeconômico, condições de nascimento da criança, amamentação, situação da moradia, antecedentes mórbidos (respiratórios ou não), entre outras. As mães das crianças com DRA responderam a um segundo questionário, o qual continha questões específicas alusivas à sintomatologia do quadro respiratório atual. O prontuário médico das crianças com DRA era, após a alta hospitalar, integralmente copiado e anexado ao questionário. Para a pesquisa do VRS na secreção respiratória, um profissional da área da saúde procedeu a coleta da secreção através de aspirado nasofaríngeo, realizando-se imunofluorescência direta para a pesquisa do vírus. Foram analisadas 810 crianças, sendo 650 casos e 160 controles. A incidência anual de internações por DRA, em menores de um ano de idade, na cidade de Pelotas, foi de 13,9%. Cerca de 60% do total da amostra apresentava menos de 6 meses de idade e houve um ligeiro predomínio do sexo masculino (55,2%). Mais da metade das internações (63%) ocorreram no período de junho a outubro, atingindo o pico no mês de setembro (16,6%). Em ordem decrescente, as causas maiS freqüentes de internação foram: pneumonia (44,8%), bronquiolite (30,4%), asma (19,5%), gripe (3,9%), otite média aguda (0,8%) e laringite (0,6%). A prevalência global de positividade ao VRS na secreção respiratória foi de 30,8%, encontrando-se 39,9% em bronquiolites, 27,4% em asma , 27,1% em pneumonia, 25% em gripe e 25% em otite média aguda. A concordância de diagnósticos entre os diferentes grupos de DRA, no estudo realizado e no prontuário médico, por ocasião da alta hospitalar, foi em ordem decrescente: pneumonia 0,7; otite média 0,6; asma 0,6; bronquiolite 0,5; laringite 0,3 e gripe 0,3. Na análise bruta, os fatores de risco associados ao desfecho foram: sexo masculino, faixa etária de ° a 6 meses, aglomeração familiar, escolaridade materna, renda familiar, condições habitacionais inadequadas, desmame precoce, tabagismo matemo, história de hospitalização e antecedentes de sintomas respiratórios. Concluiuse ter sido o trabalho matemo um fator de proteção contra internação por DRA. Na análise multivariada, construiu-se um modelo teórico- hierarquizado em que as variáveis de um determinado nível foram controladas pelas variáveis de níveis precedentes e do mesmo nível. Permaneceram associadas à hospitalização por DRA, em ordem decrescente de odds, as seguintes variáveis: ausência de ou baixa escolaridade materna (OR=13,O), história de sibilância anterior (OR=7,4) , mãe fumante (OR= 2,7), desmame precoce (OR=2,4), uso de bico (OR=1,9), idade abaixo de 6 meses (OR=1,7), aglomeração (OR=1,7) e sexo masculino (OR=l,5). Os resultados do presente estudo confirmam a sazonalidade das internações por DRA e salientam a importância dos aspectos sociais e comportamentais da família, assim como a morbidade respiratória anterior da criança, como fatores de risco para hospitalização por DRA. |