Mapeamento dos padrões de forma do Escudo Sul-Riograndense (RS) com auxílio de geotecnologias: um estudo das inter-relações dos processos morfoestruturais e morfoesculturais na conformação do relevo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marth, Jonathan Duarte
Orientador(a): Moura, Nina Simone Vilaverde
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/173564
Resumo: A ampliação e diversificação das atividades antrópicas e os avanços tecnológicos têm levado a variações bruscas de ciclos biogeoquímicos, de processos hidrológicos e da dinâmica da paisagem. Neste contexto, estudos geomorfológicos, com destaque para cartografia geomorfológica, são importantes instrumentos de pesquisa que tratam da dinâmica da paisagem, subsidiando o planejamento territorial. A morfoestrutura Escudo Sul-Rio-Grandense (ESRG) é composta por rochas metamórficas, ígneas e sedimentares do Paleoproterozoico e Neoproterozoico, abrangendo área de 45.773,60 km² no estado do Rio Grande do Sul, com processo de ocupação variado, em aproximadamente 50 municípios. O objetivo deste trabalho foi elaborar o mapeamento geomorfológico (escala 1:250.000) com auxílio das geotecnologias, alcançando o 3º nível da proposta taxonômica de Ross (1992), correspondendo aos padrões de forma do relevo. Foram utilizadas imagens SRTM e produtos intermediários para interpretação do relevo. A composição de imagem (MDE, declividade e área de contribuição) evidenciou rupturas de declive, divisores de água, fundos de vales e patamares planos; e o índice de dissecação automatizado agilizou a obtenção dos dados e permitiu a identificação dos formatos de vale. A geologia da área foi caracterizada quanto às características mineralógicas e estruturais e contextualizada em relação às morfoestruturas adjacentes. Investigou-se as inter-relações entre os processos morfoclimáticos e as litologias na conformação dos diferentes padrões de forma do relevo, e analisou-se os processos morfogenéticos responsáveis pela esculturação destes. Foram encontradas oito morfoesculturas: Planaltos Residuais Oeste, Sudeste e Nordeste, Planaltos Rebaixados Marginais Oeste, Leste e Norte, Depressão suspensa em Anfiteatro e Patamares planos e dissecados da BHC, totalizando 48 padrões de forma, categorizados em morros, morrotes, colinas, platôs e planícies fluviais. Os padrões apresentaram variações quanto ao tipo de topo, índice de dissecação, amplitude altimétrica e espacialização. Constatou-se predomínio de área dos padrões de morros e colinas e dos índices de dissecação de médio a muito baixo (cerca de 85% da área). A área tem amplitude altimétrica de 597m (601m a 4m) e possui declividades de 6 a 12% em mais de 40% dos seus planaltos residuais e de 3% a 12% em cerca de 60% das demais morfoesculturas. As formas de relevo decorrem predominantemente dos processos morfogenéticos de clima úmido. Evidenciou-se que a posição das unidades de relevo no ESRG afeta diretamente o padrão de forma, visto a localização de morros nas faixas centrais das morfoesculturas residuais e o predomínio de colinas nas unidades marginais. As “imposições” de natureza estrutural nos padrões de forma são evidentes, seja no predomínio de colinas associadas à rochas não metamorfizadas (granitos), ou no predomínio de morros em rochas metamorfizadas, ou de áreas com recuo lateral de vertentes mais proeminentes e padrões de drenagem condicionados aos 4 falhamentos. A análise da morfogênese evidenciou a suscetibilidade à mudanças climáticas globais, que no decorrer do tempo alteraram o ritmo e o tipo de dissecação das formas, modelando o terreno de maneira diferenciada, mesmo em áreas de homogeneidade litológica e estrutural. O mapeamento avançou sobre os conhecimentos relativos à geomorfologia do ESRG, criando base para mapeamentos geomorfológicos mais específicos, que avancem na taxonomia do relevo e para ordenamento territorial da área do ESRG.