Derivação e validação de um escore de risco para complicações vasculares em pacientes submetidos a procedimentos cardiológicos invasivos em hemodinâmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Constanzi, Angelita Paganin
Orientador(a): Silva, Eneida Rejane Rabelo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/129564
Resumo: O avanço no conhecimento, técnicas, dispositivos, arsenal terapêutico, aliados a regimes mais potentes de anticoagulação, tem gerado impacto na ocorrência de complicações vasculares em pacientes submetidos a procedimentos invasivos em Laboratório de Hemodinâmica. A despeito de escores de mortalidade, sangramento maior e risco de eventos cardiovasculares estarem disponíveis na literatura, não é do nosso conhecimento que exista um escore de risco para avaliar complicações vasculares em pacientes submetidos a procedimentos invasivos cardiológicos em Laboratórios de Hemodinâmica. Este estudo objetivou desenvolver e validar um escore de predição de complicações vasculares relacionadas à punção arterial em pacientes submetidos a procedimentos cardiológicos. Delineou-se um estudo de Coorte, multicêntrico, realizado em três instituições com Laboratórios de Hemodinâmica do Rio Grande do Sul no período de outubro de 2012 a março de 2014. Foram incluídos pacientes adultos, que realizaram procedimento por punção arterial em caráter eletivo ou urgente. A coleta foi precedida da capacitação da equipe de pesquisa. Foram considerados como desfechos a presença de complicações vasculares: 1) hematoma no local da punção arterial; 2) sangramento maior e menor; 3) demanda de correção cirúrgica para hemorragia retroperitoneal, pseudoaneurisma ou formação de fístula arteriovenosa. A fim de derivar e validar o escore, após a coleta da totalidade dos dados, de modo randômico, 2/3 dos pacientes foram alocados para constituírem a coorte de derivação, enquanto o restante constituiu a coorte de validação. Para estabelecer o escore derivado do instrumento de avaliação dos pacientes, as variáveis identificadas na análise univariada com valor de p<0,25 foram incluídas em um modelo de Regressão Logística. Permaneceram no modelo final as variáveis com valor de p<0,05. Utilizando-se o valor arredondado de OR encontrado, foi elaborado o escore (coorte de derivação). Após, o desempenho preditivo deste escore foi avaliado na coorte de derivação, quando foi identificado o melhor ponto de equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, plotada curva ROC e avaliada estatística-C. A confirmação da predição foi testada na coorte de validação através do Teste Qui-quadrado. O projeto foi aprovado quanto a seus aspectos éticos e metodológicos nos três centros. Dos 2696 pacientes incluídos, 237 apresentaram algum tipo de complicação vascular no sítio de punção arterial (8,8%). O escore derivado para predição de complicação constitui a seguinte equação: (Introdutor >6F x 4,0) + (Procedimento Intervenção x 2,5) + (Complicação Hemodinâmica Vascular prévia x 2,0) + Uso prévio de Anticoagulantes Warfarina® (Marevan®) ou Fenprocumon® (Marcoumar®) x 2,0) + (Sexo Feminino x 1,5) + (Idade ≥ 60 anos x 1,5). Após estabelecimento do ponto de coorte, o escore foi dicotomizado no valor ≥3, sendo sensibilidade de 0,66 (IC 95% 0,59-0,73) e especificidade 0,59 (IC 95% 0,56-0,61). Ao se comparar o risco para complicações, na totalidade dos pacientes (n=2696) identificou-se maior risco para complicações vasculares naqueles com escore ≥3 (OR: 2,95; IC95%: 2,22-3,91). Os resultados desse estudo mostram um escore capaz de predizer complicações vasculares, de fácil aplicação na prática clínica diária pelos profissionais que realizam o cuidado em Laboratórios de Hemodinâmica.