Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Camargo, Gabriel Dummer |
Orientador(a): |
Bampi, Lisete Regina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263283
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Resumo: |
Esta pesquisa toma como materialidade dissertações de mestrado desenvolvidas entre 2015 e 2020 no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Analisamos este material em um processo de tradução que perpassa a noção de “arquivo” em Foucault e de “aprender” em Deleuze. De um conjunto de 190, selecionamos 20 dissertações em uma leitura atenta e organizada dos discursos. Na leitura, surgiram categorias e tópicos tradutórios sobre movimentos do ensinar matemática, segundo percepções, inquietações, sensibilidades e formas de expressão dos respectivos professores-autores. As categorias, às quais denominamos Antevisão Docente, Movimentação Docente, Off-cells Docente e Avaliação Docente, resultaram de um processo arquivístico. Entre procedimentos de arquivamento e arquivização, traduzimos possíveis encontros com os mundos dos signos do aprender em aulas de matemática. Segundo nossa tradução, mesclando-se na diferença de aproximações e distanciamentos singulares de uma Didática dos Signos, as categorias ressaltam percepções e movimentações docentes dos discursos, da pesquisa e da própria formação dos professores-autores, manifestando um retrato possível de aulas de matemática. Dessa forma, produzimos um discurso próprio que não se distingue de uma prática, oferecendo visibilidade a saberes de outros, sem jamais repeti-los. Em termos de expressão e estilo, seguimos em uma tradução transcriadora, na qual os professores cansados, esgotados e contemporâneos ressurgem como personagens tradutórios que auxiliam na composição de uma imagem do nosso pensamento. Entre as formas da explicação, vislumbramos o ensino da matemática como um movimento de uma Didática dos Signos. Na esteira do ofício de professor, essa didática possibilita vislumbrar encontros fortuitos com os signos mundanos, amorosos, sensíveis e artísticos como partes inerentes das aulas, independentemente dos conteúdos e das metodologias desenvolvidas pelos professores. Com uma lente microscópica e telescópica, olhamos para brechas ínfimas do arquivo e, em suas entrelinhas, observamos pistas dessa didática que emerge da diferença, seja na percepção docente ou nas metodologias que se entrelaçam nos fazeres dos professoresautores em seus referenciais teóricos diversos. São metodologias já postas, dadas e refletidas em espelhos formativos de uma historicidade docente: elementos dos quais não nos desviamos, mas exploramos de acordo com uma tradução singular. As possibilidades futuras, por sua vez, são da ordem do imprevisível. Não existe a pretensão de criar algo novo para o ensino de matemática ou de neutralizar discursos já existentes: queremos perceber, no que já existe, ressonâncias entre o ensino da matemática, a filosofia e a educação. Na atenção aos movimentos do aprender, pensamos que tal pesquisa contribui para a formação de professores de matemática como uma lente a ser usada em suas encenações e recriações de aula. Entre explicações e pensamentos, algo sempre permanece, se transforma e proporciona um aprender, provavelmente muito diferente do que foi proposto. A Didática dos Signos se envolve e mesclase nas entrelinhas da pesquisa, do arquivo e da aula, ressaltando potencialidades de um devir docente em encontros necessários e fortuitos, aos quais vinculamos uma predisposição via um convite: a criação de um espaço e tempo singular, uma oportunidade aos encontros com os signos de um aprender, muitas vezes inesperado. |