O ensino da saúde para a integralidade da atenção : mobilização de imaginários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lopes, Ricardo Dantas
Orientador(a): Ceccim, Ricardo Burg
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/104459
Resumo: O ensino médico não está em consonância com práticas capazes de estimular reflexão sobre o papel dos profissionais dentro dos locais de assistência ou a atuação profissional segundo uma clínica que busque promover cuidado, e não apenas diagnósticos e tratamentos: trata-se de uma educação que não interroga sua educação. Há um imaginário médico onde não estão consideradas experiências desestabilizadoras, a fim de reverberar representações e significados. Foi utilizada uma metodologia qualitativa direcionada ao contato com imaginários, buscando uma produção teórica embasada na autonarrativa, no encontro com o eu, triangulada pelo encontro com o outro (entrevista social com estudantes) e sob um diálogo entre teoria-dados-teoria. Ressalta-se, nos resultados, a incapacidade de se realizar uma pesquisa que resultasse em produto definitivo quanto à melhor forma de trabalhar esses imaginários, exceto a necessidade de fazê-los reverberar como problema de pensamento. Sobre os imaginários dos estudantes, incidem componentes representativos como forma educativa, inclusive a diferenciação de classe, gênero e etnia. De seu componente disruptor, podemos falar de professores atentos e cuidadores, da oportunidade de inusitados estágios, de cursos e conversações problematizadores. Em meio às representações, espocam linhas de fuga que podem ser enlaçadas ou não, mas que podem viabilizar roteiros de aprendizagem aberta e viva. Há um imaginário potente anterior ao ingresso no curso de Medicina quanto ao que é ser médico, o que poderia convocar o cuidado ao trabalho da equipe cuidadora e o cuidado à vida/às vidas que pedem passagem na nossa existência singular. Mesmo com mudanças no currículo médico e com a introdução de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, são transmitidos ao médico em formação apenas modos de fazer a clínica sempre a partir de si (isolada ou individualmente) e não em coletivos, em equipes ou em sistemas de saúde. Não se observa compromisso com um sistema de saúde, com "sistemas de práticas" ou com a cidadania; não há discussão sobre posicionamentos políticos e a construção de sociedade não é uma questão.