Aspectos clínicos e patológicos da intoxicação por selênio em suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gomes, Danilo Carloto
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/139419
Resumo: Dois surtos de intoxicação por selênio em suínos que ocorreram no estado do Paraná são descritos. Foram acometidos leitões em fase de creche, 16 de um lote de 100 com 27 dias de idade (surto 1) e 350 de 2285 com 22 dias de idade (surto2) apresentaram poliomielomalácia simétrica focal. Animais que sobreviveram aos surtos desenvolveram lesões de casco características de intoxicação crônica por selênio. Os sinais clínicos iniciaram após 6 dias e 30 horas da introdução da ração com alto teor de selênio nos surtos 1 e 2, respectivamente. O surgimento dos sinais foi abrupto, os animais começavam com andar cambaleante, evoluiam para paralisia dos membros pélvicos e progrediam para paralisia dos membros torácicos e tetraparesia. Os animais do surto 1 não tinham alterações de comportamento e mantinham estado de alerta e animais do surto 2 apresentaram quadros de depressão. Macroscopicamente, observaram-se focos circulares amarelados com áreas deprimidas mais escura, em alguns animais, restritas ao corno ventral da substância cinzenta (H medular) em intumescências cervical e lombar. Microscopicamente, essas áreas corresponderam à malácia da substância cinzenta, caracterizada por microcavitações, perda neuronal, cromatólise, neuronofagia, infiltrado de células Gitter, microgliose, astrócitos de Alzheimer tipo II e proliferação de células endoteliais evidenciadas na imuno-histoquímica (IHQ) para fator de von Willebrand. 9Continua) No segundo surto, dois animais apresentaram vacuolização difusa do citoplasma de neurônios. Em um animal, Astrócitos gemistocíticos foram observados. Na IHQ para Proteína Ácida Glial Fibrilar (GFAP), obteve-se marcação positiva na maioria dos animais e, na IHQ para Proteína S-100, obteve-se marcação em alguns casos. Além dessas alterações medulares, foram encontrados, em dois animais lesões de polioencefalomalácia em porções do tronco encefálico. Fragmentos de fígado de oito animais e ração de ambos os surtos foram encaminhados para dosagem de selênio. Em amostras de ração, detectou-se 3,38 ppm (surto 1) e 154 ppm (surto 2) e em amostras de fígado teve dosagens superiores a 3,34 ppm. No surto 2, foi realizada uma visita onde seis suínos foram eutanasiados para monitoramento de níveis hepáticos de selênio, sendo dois animais controles e quatro sobreviventes do surto. Quarenta e dois dias após a retirada da ração, os níveis de selênio foram inferiores ao controle e ao nível considerado em quadros de intoxicação (3 ppm).