Aspectos históricos e ecológicos da malária no Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lemos, Alessandra Bittencourt de
Orientador(a): Silva, Onilda Santos da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254679
Resumo: A malária, também chamada de impaludismo, é uma doença antiga e de grande impacto na saúde pública, causando milhares de mortes anuais pelo mundo. No Brasil, sua ocorrência está relacionada a duas regiões, sendo a amazônica considerada endêmica e a região extra-amazônica, não endêmica. O bioma Mata Atlântica tem apresentado importância na transmissão de malária extra-amazônica, uma vez que propicia um ambiente para que ocorra todos os elementos necessários para sua manutenção: vetores anofelinos, parasitos do gênero Plasmodium e hospedeiros como o homem e os primatas-não-humanos. O Rio Grande do Sul teve endemismo de malária na região litorânea, onde possui grande área coberta por Mata Atlântica, apesar de ser considerada livre desta doença desde meados de 1960. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi realizar a construção histórica de ocorrência da malária no Estado e relacionar aspectos ecológicos relacionados ao vetor Anopheles, uma vez que houve confirmação de um caso humano autóctone na região em 2014. Para tanto, foi realizada extensa busca documental e visitas a acervos e museus para reunir relatórios e materiais relativos ao impaludismo no RS. Dados do caso autóctone foram resgatados e analisados para definir a reemergência da malária no Rio Grande do Sul. Para as coletas de mosquitos, foram amostrados os municípios de Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Eldorado do Sul e Morro Reuter, onde foram instaladas armadilhas do tipo CDC e Shannon, com capturas noturnas das 18h às 6h e das 18h às 22h, respectivamente. Os dados foram analisados estatisticamente para a associação com fatores abióticos. As ocorrências de mosquitos também foram relacionadas com NDVI em busca de uma associação com a vegetação. Como resultados, se discorre desde o primeiro relato de malária no RS, em 1900, passando pelos períodos da Primeira República (1889-1930), entre 1930 e 1960, entre 1960 e 2000, até chegar entre 2000 até 2019, passando por 2014 quando acontece a reemergência da doença. Por sua vez, esta foi determinada após análises de informações epidemiológicas. Com relação aos dados amostrais, foram realizadas 142 amostragens que, juntas, coletaram 266 indivíduos de Anopheles e 2.773 espécimes de outros grupos taxonômicos, totalizando 3.039 mosquitos. As espécies foram afetadas de forma diferente pelas condições abióticas, de acordo com a localidade amostrada, provavelmente porque o esforço amostral entre elas foi diferente. Não houve diferença significativa entre as estações do ano ou entre as localidades. O NDVI também não mostrou diferença significativa.