Condicionamento ao local induzido por etanol em ratos : revisão metodológica e estudo experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Douglas Marques da
Orientador(a): Leal, Mirna Bainy
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201581
Resumo: Desde a década de 1950, o modelo de condicionamento ao local (MCL) tem sido usado no estudo dos efeitos motivacionais de farmacos em ratos. Apesar do uso frequente do MCL no estudo de variáveis farmacológicas, ambientais, genéticas e neurofisiológicas envolvidas no controle do comportamento de busca por etanol, as condições sob as quais o etanol induz condicionamento ao local em ratos continuam pouco esclarecidas. Neste trabalho, foi realizada revisão metodológica de 262 experimentos reportados em 62 artigos de pesquisa em MCL com etanol em ratos. A revisão mostra que a produção de preferência condicionada ao local (PCL), aversão condicionada ao local (ACL) e de falha de condicionamento (NS) aparenta ser majoritariamente decorrente de interações de cinco fatores: (a) o sistema de armazenamento nas gaiolas-viveiro; (b) o aparato de MCL utilizado; (c) a dose de etanol administrada; (d) o número de sessões de habituação e (e) o número de sessões de condicionamento (protocolo curto de condicionamento = 10 ou menos sessões de condicionamento; protocolo longo de condicionamento = 12 ou mais sessões de condicionamento). Desses fatores, o aparato aparenta ser o mais preponderante à produção de PCL, ACL e NS: (1) aparatos com comprimento ≤ 75 cm e largura > 20 cm têm maior probabilidade de produzirem PCL em protocolo curtos de condicionamento quando a dose de etanol é baixa (0,5 a 1,0 g/kg, ip; 1,0 a 1,5 g/kg, ig); (2) aparatos com comprimento > 75 cm e largura ≥ 20 cm tendem a produzir NS e ACL em protocolos curtos de condicionamento de forma dependente da dose de etanol administrada, sendo que quanto maior a dose, maior a probabilidade de ACL; (3) aparatos com comprimento > 75 cm e largura ≥ 20 cm tendem a produzir PCL somente quando protocolos longos de condicionamento são implementados; (4) aparatos com largura < 20 cm só produzem NS e ACL, independentemente dos protocolos de condicionamento implementados e das doses de etanol administradas. No trabalho experimental decorrente foram estudadas interações de variáveis que a revisão não pôde alcançar. Os resultados demonstram que interações entre (a) horário de condicionamento, (b) presença/ausência de fase de habituação no protocolo e (c) intervalo interfásico também ocorrem na produção de NS ou de PCL. De acordo com o horário, o mesmo protocolo de condicionamento sem fase habituação produz NS ou PCL (horários de 07:50-09:50 e 10:30-12:30, respectivamente), (2) a inserção de fase de habituação no horário de 10:30-12:30 produz NS e (3), mantendo a fase de habituação no mesmo horário, o aumento do intervalo interfásico de 24 para 48 horas reestabelece PCL. Conclui-se que o etanol não é menos reforçador que outras drogas de abuso no MCL, mas é mais sensível a outras variáveis.