Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Moser, Carolina Meira |
Orientador(a): |
Hauck, Simone |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276928
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Resumo: |
Introdução: Em meio à pandemia de COVID-19, a saúde mental dos profissionais de saúde (PS) emergiu como uma área crítica de estudo devido aos seus impactos individuais e organizacionais, incluindo piora na qualidade do atendimento aos pacientes, empatia reduzida, aumento de erros médicos, absenteísmo e custos mais altos para os sistemas de saúde. Apesar de avanços significativos, ainda existem lacunas consideráveis na compreensão dos preditores e fatores de proteção para o burnout ocupacional (BO) e outras condições psiquiátricas relacionadas ao estresse, como depressão e ideação suicida no ambiente de trabalho, especialmente durante crises de saúde. Esses conhecimentos são essenciais para melhorar as políticas de saúde ocupacional. Objetivos: Esta tese tem como objetivos: 1) avaliar a saúde mental dos PS no Brasil durante a pandemia de COVID-19; 2) adaptar e validar o Inventário de Burnout de Copenhagen (CBI) para os contextos de saúde brasileiros; 3) avaliar BO, sintomas de depressão e risco de suicídio entre esses profissionais; 4) explorar correlações entre estes desfechos e diversos fatores individuais, ocupacionais e organizacionais; 5) examinar estas associações ao longo do tempo por meio de um desenho de estudo longitudinal, empregando amostragem online do início da pandemia (T0) até seis meses depois (T1). Métodos: A etapa transversal da pesquisa foi baseada na coleta online realizada de 22 de maio a 22 de junho de 2020 (T0). Os participantes preencheram um questionário autoadministrado online, que avaliou sintomas depressivos usando o Questionário de Saúde do Paciente 9 (PHQ-9) e níveis de burnout usando o CBI, que avalia dimensões de burnout pessoal (PB), relacionado ao trabalho (WB) e relacionado ao cliente/paciente (CB). Dados sobre variáveis individuais e ocupacionais também foram coletados. Valores de correlação de Spearman-Brown e análise fatorial exploratória foram realizados para validar o CBI na amostra estudada. Análise de regressão linear multivariada hierárquica foi empregada para explorar os fatores associados aos desfechos nos dados transversais e para avaliar o impacto desses fatores nos níveis de BO ao longo do tempo nos dados longitudinais. Resultados: A amostra total incluiu 1.054 PS em T0 e 316 em T1. Quatro artigos foram produzidos a partir dos dados, dois dos quais já foram publicados. Conclusão: Este estudo valida a versão em português brasileiro do CBI adaptada para os PS, demonstrando correlações significativas entre as dimensões PB e WB do CBI em nossa amostra. Considerando a validade de conteúdo comprovada da ferramenta, que apoia seu uso na avaliação do BO e no aprimoramento da pesquisa no campo, a disponibilização do CBI adaptado para os PS pode facilitar a detecção e monitoramento do BO nos contextos de saúde brasileiros. Os altos níveis de burnout e sintomas de depressão, notavelmente entre os técnicos de enfermagem, destacam o peso emocional da pandemia de COVID-19 sobre os PS e ressaltam a necessidade urgente de intervenções específicas. Conforme os fatores de proteção para BO que encontramos em nossa amostra, promover um ambiente de trabalho de suporte, bem como fomentar o cuidado sustentado à saúde mental, podem servir como estratégias para mitigar o BO e suas consequências. Intervenções eficazes devem promover o bem-estar pessoal e organizacional, focando em fortalecer relações interpessoais e incentivar o autocuidado em saúde, enfatizando particularmente as boas práticas de sono. |