Estudo da ingestão de sete corantes artificiais pela população brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Patrícia da Silva
Orientador(a): Olivera, Florencia Cladera
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233291
Resumo: A cor é considerada um dos principais atributos de aparência dos alimentos, por isso o uso de corantes para realçar, restaurar ou conferir cores aos produtos e torná-los mais atraentes é uma estratégia comum nas indústrias. Os estudos que avaliam a exposição a corantes pela população em geral são escassos, sendo que no Brasil praticamente não existem dados de ingestão. O objetivo deste trabalho foi determinar a Ingestão Diária Máxima Teórica (IDMT) dos corantes Azorrubina (INS 122), Azul Brilhante (INS 133), Amaranto ou Bordeaux S (INS 123), Eritrosina (INS 127), Indigotina (INS 132), Ponceau 4R (INS 124) e Vermelho Allura (INS 129) pela população brasileira e quantificar corantes em alguns alimentos que mais contribuem para a ingestão (refrescos em pó e refrigerantes). Para isso, dados de presença desses corantes em alimentos foram correlacionados com dados de consumo presentes nas POFs (Pesquisas de Orçamentos Familiares) realizadas nos anos de 2008/2009 e 2017/2018, com indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos. A IDTM média per capita (mg/dia) não ultrapassou a Ingestão Diária Aceitável (IDA) para nenhum dos corantes avaliados e para nenhuma das distribuições populacionais estudadas. O Amaranto foi o corante para o qual o valor de IDMT mais se aproximou da IDA, atingindo até 66% da IDA para adolescentes. Observou-se que, de modo geral, a ingestão de corantes é maior nas faixas etárias mais jovens. Os resultados de IDMT Balanceada pela Prevalência de Consumo Alimentar (BPCA), ou seja, quando são considerados apenas os consumidores que de fato afirmam ingerir alimentos que contenham o corante (e não a média populacional), a IDMT BPCA se aproxima da IDA, mas sem ultrapassá-la para a maioria dos corantes. A IDMT BPCA chega a 59,3% da IDA para o Vermelho Allura, 66,7% para a Eritrosina e 115% para o Azul Brilhante. Para o Amaranto a IDA é ultrapassada pela IDTM BPCA para todas as distribuições populacionais avaliadas, sendo o valor de consumo máximo calculado de 94,1 mg/dia, o que representa aproximadamente 300% da IDA. De forma geral, os alimentos que mais contribuem para a ingestão dos corantes artificiais estão nas seguintes categorias: “sucos/refrescos/sucos em pó reconstituídos”, “refrigerantes”, “outras bebidas não alcoólicas”, „bebidas destiladas”, “outros doces”, “iogurtes”, “chocolates” e “sorvete/picolé”. As análises experimentais de refresco em pó e refrigerantes mostraram que, para Vermelho Allura e Azul Brilhante, todas as amostras estavam de acordo com a legislação vigente. Para o corante Amaranto, das 20 amostras analisadas 18 estavam acima do limite máximo permitido por lei. Conclui-se que o consumo de Azorrubina, Eritrosina, Indigotina, Ponceau 4R, Vermelho Allura e Azul Brilhante não representa um risco para a população brasileira de um modo geral (para pessoas acima de 10 anos). Porém, para o corante Amaranto, os resultados mostram que o consumo pela população brasileira de forma geral está acima dos limites recomendados, o que pode estar colocando em risco a saúde de certos grupos populacionais.