Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Corroche, Pablo do Couto |
Orientador(a): |
Zandwais, Ana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/204641
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Resumo: |
Buscamos compreender, ao longo deste trabalho, como o imaginário de nação e de língua se materializaram nas práticas discursivas e nas políticas educacionais do governo Vargas, chegando a justificar a xenofobia e a proibição do uso de línguas estrangeiras no país. Partimos da hipótese que há relação entre o nacionalismo e a estrutura do Estado durante o Estado Novo no Brasil. Para investigar tal hipótese, nos amparamos no arcabouço teórico da Análise do Discurso de linha francesa e na busca das práticas discursivas durante a Era Vargas. O objetivo é entender como os sujeitos são interpelados pela ideologia nacionalista no Brasil durante o Estado Novo, como língua e ideologia constituem estes sujeitos e como as ideologias se materializam nos processos discursivos. A Análise do Discurso de linha francesa, ancorada nos estudos de Michel Pêcheux e Louis Althusser, podem fornecer fundamentos teóricos para que se estabeleça a relação existente entre a língua e as práticas do cotidiano. A partir de um olhar materialista, entendendo que a relação entre sujeito, língua e ideologia não pode estar alheia à História e à História da luta de classes, pensamos que as práticas de ensino, sobretudo no que tange ao ensino da língua, devem ser compreendidas na relação de tensão entre a superestrutura ideológica e a infraestrutura. Para a realização desta pesquisa, selecionamos recortes discursivos oriundos de Decretos/Lei publicados durante o Estado Novo, além de recortes retirados da Revista do Ensino do Estado do Rio Grande do Sul, periódico importante destinado à Educação nesse período, bem como material retirado do livro didático de Antenor Nascentes O Ensino da Língua Nacional na Escola Secundária, de 1935. Entendemos que as formações discursivas, e, portanto, também a Formação Discursiva Nacionalista do Estado Novo no Brasil, se constituem em espaço de contradição e de disputa de sentidos, onde os saberes de diversas Formações Discursivas entram em conflito. Para analisarmos tais processos, porém, precisamos partir de uma concepção de língua como a entendia Pêcheux, em Semântica e Discurso (1995), como “a base material onde se realizam os processos discursivos”. A língua vista desta forma permite que compreendamos a relação com o interdiscurso e a forma como se articulam os enunciados materializados no fio do discurso. Em outras palavras, os sentidos não podem ser apartados da exterioridade linguística e das condições de produção dos discursos. |