Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Douglas Meyer |
Orientador(a): |
Fraga, Alex Branco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/235172
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Resumo: |
O objetivo principal do estudo foi compreender de que modo os goleiros que atuam na plataforma Goleiros de Aluguel (GDA) vão construindo representações sociais acerca dessa função singular no futebol, por meio da mediação dessa tecnologia. O marco teórico do trabalho sustentou-se, principalmente, na Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2007; JODELET, 2001; SÁ, 1998), e, de forma complementar, nos estudos de Rifkin (2001) sobre a Era do Acesso, e nos de Abílio (2020), sobre “uberização”. Metodologicamente, a pesquisa caracterizou-se como qualitativa e se vale de entrevistas semiestruturadas com 17 goleiros que estavam cadastrados na plataforma há pelo menos um ano e haviam completado pelo menos 50 partidas, à época do recrutamento. Em função do período pandêmico, todas as entrevistas foram realizadas de modo remoto, gravadas e, posteriormente, transcritas. A operação analítica empreendida sobre a materialidade empírica produzida foi baseada nos seis passos propostos pela Análise Temática (BRAUN; CLARKE, 2006). Três grandes categorias emergiram, ao longo do processo de escrita: (1) “diversão remunerada: uma forma de diminuir os custos de jogar no gol”, que reúne manifestações dos goleiros entrevistados sobre o fato de serem pagos para fazer algo que já faziam antes, por gosto; (2) “renda extra/fonte de sustento: uma forma de render como goleiro”, que reúne as manifestações dos goleiros que têm uma fonte de renda e utilizam os recursos obtidos na plataforma para despesas extras ou investimento, e também aqueles que, em decorrência da deterioração da economia e precarização das relações de trabalho, passaram a depender da plataforma como principal fonte de sustento; (3) “vestindo a mesma camisa: a formação de um time só de goleiros”, que reúne o conjunto de manifestações dos entrevistados que permite visualizar um aspecto que diferencia os goleiros. Além de demonstrarem compromisso e fidelidade à plataforma, os goleiros também se percebem como um grupo solidário, que se apoia mutuamente, e, principalmente, sentem-se valorizados por pertencerem a esse coletivo. Independentemente de estarem defendendo um lado, ou outro, da quadra, os goleiros de aluguel formam um time só. Vestem, portanto, a mesma camisa. Em conclusão, é possível afirmar, com base nos dados que, mediadas pela plataforma do GDA, são construídas diferentes representações sociais sobre a função do goleiro. O goleiro passa a ser mais valorizado, por ser o único que recebe para jogar, além de desmistificar a imagem do jogador como um sujeito solitário, pois, no GDA, o goleiro passa a fazer parte de uma rede de goleiros que são solidários entre eles. |