Murakaza neza mu Rwanda : as iniciativas de reconstrução pósguerra civil pelo estado de Ruanda (2000-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Camila Santos
Orientador(a): Pereira, Analúcia Danilevicz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/229756
Resumo: Ruanda, 1994: o embate entre tutsis e hutus configurou a disputa pelo poder do aparato estatal em um pequeno território na África Central. A guerra civil em Ruanda, a qual matou por volta de 800.000 pessoas, foi significativa na história do país, sendo reconhecido pela comunidade internacional por este evento. Após 27 anos, o Estado de Mil Colinas ainda passa pelo processo de reconstrução pós-guerra civil, com iniciativas financiadas por atores externos e ações empreendidas pelo Estado ruandês. Diante da grande repercussão positiva de um modelo de sucesso, o presente trabalho tem como objetivo analisar como Ruanda tem se reconstruído a partir das iniciativas do Estado para o âmbito interno (nacional) e externo (regional e internacional) e quais suas implicações para essas esferas. A hipótese para a primeira parte do questionamento é que, com o objetivo de ser um país de renda média e de ter um peso relevante nas tomadas de decisão na região, Ruanda tem se reconstruído a partir de iniciativas visando ao fortalecimento de uma unidade e desenvolvimento nacional. O país utilizou a Vision 2020 para desenvolver iniciativas nas áreas de trabalho: da política, da economia, de gênero, da educação, da cultura e comportamento, da reconfiguração espacial, da justiça e da questão dos refugiados. A partir do momento que houve um reordenamento interno, a busca pelos interesses nacionais ganhou a esfera externa, sendo projetada para os âmbitos regional e internacional. Já a hipótese para a segunda parte do questionamento é que, no âmbito nacional podem ser observadas características de um modelo de reconstrução, como o perfil de reconstrução, estratégia de inserção no cenário internacional, dentre outros aspectos. Já no cenário regional/continental, observa-se a participação ativa de Ruanda, criando mais peso para a região a partir de princípios pan-africanistas; globalmente, por sua vez, existe a inserção do Estado a partir de ideais pan-africanistas de forma pragmática, objetivando seus interesses nacionais. É a partir deste olhar macro que se criou o conceito de Pan-Africanismo Pragmático para desenhar a inserção de Ruanda em três esferas: regional, continental e global. Dentro da linha de Política Internacional e Defesa, o marco temporal escolhido para o desenvolvimento do trabalho é a partir do lançamento da Vision 2020 (2000) até o seu final (2020), com um marco espacial que inclui Ruanda e seus países limítrofes da região dos Grandes Lagos (Burundi, República Democrática do Congo, Tanzânia e Uganda), o continente africano e o cenário internacional. Para a elaboração da pesquisa utilizou-se uma abordagem qualitativa, com caráter exploratório (aprofundamento bibliográfico na temática de construção do Estado na África) e descritivo (detalhamento das características das iniciativas do Estado ruandês). Por meio da análise bibliográfica e documental foi possível compreender o fortalecimento nacional a partir das iniciativas empreendidas em diferentes áreas, além de perceber como Ruanda se insere externamente motivado pelos seus interesses nacionais. Essa inserção externa foi conceituada como Pan-Africanismo Pragmático, ilustrando um movimento de integração com os países africanos, ao mesmo tempo que o país aproveita as brechas do sistema internacional para a obtenção dos seus objetivos.