A revista Veja e os discursos jornalísticos sobre educação no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Tiago Cortinaz da
Orientador(a): Gandin, Luis Armando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/106490
Resumo: A pesquisa investiga e analisa os discursos jornalísticos sobre educação da revista Veja entre os anos de 2002 e 2012. Os estudos jornalísticos sobre educação foram tomados como objeto de estudo devido ao entendimento de que ao falar sobre educação esses discursos também constituem a mesma. A revista Veja foi escolhida como campo de análise devido ao fato de ser a revista brasileira de maior circulação semanal. E o referido período, que compreende a análise, foi delimitado tento em vista ser um período de significativo crescimento da classe média brasileira, majoritariamente o público-alvo leitor da revista Veja. Ao me aproximar do objeto de estudo buscando entender que ideologias operam nesses discursos e que visões hegemônicas sobre educação são constituídas pelos mesmos, através dos conceitos de ideologia (HALL, 2009) e hegemonia (WILLIAMS, 1979), tive de recorrer a referenciais metodológicos que me permitissem operar as análises. Através dos conceitos de intertextualidade e representação de atores sociais (FAIRCLOUGH, 2003) e falta e excesso (PÊCHEUX, 1990) pude identificar algumas vozes presentes e ausentes nos discursos jornalísticos sobre educação da revista Veja, assim como de que modos são representados aqueles que têm voz ou são privados das mesmas nesses discursos. A pesquisa e análises demonstraram que operam ideologias nos discursos sobre educação da revista Veja, muitas vezes híbridas e contraditórias, não necessariamente uma única ideologia. A educação básica, de modo geral, é entendida como um projeto público e coletivo nacional, já o ensino superior é caracterizado como passível de privatização ou capitalização. A revista também apresenta uma preocupação constante com a presença de ideologias de esquerda em materiais didáticos e escolas, assim como uma vigilância constante ao trabalho docente, conclamada principalmente na participação dos pais na educação escolar dos filhos. O trabalho docente, por sua vez, é tomado como problemático e propulsor de mudanças, deste modo tanto críticas à formação de professores são encontradas nesses discursos quanto a necessidade de valorização dos professores. Finalmente, a revista toma indícios de experiências de outros países e recomendações de organismos internacionais como referência para fazer avançar a educação no Brasil.