Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ribas, Marcelo Ekman |
Orientador(a): |
Rösing, Cassiano Kuchenbecker |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/179800
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Resumo: |
As evidências científicas recentes vêm demonstrando uma possível associação entre doenças periodontais e patologias neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer. O corpo de evidências vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, entretanto, existem poucos estudos de caráter experimental, observando os mecanismos biológicos que podem explicar essa associação. A presente tese teve como objetivo principal analisar, em modelo animal, a associação entre doença periodontal e déficit cognitivo. Nesse contexto, foram produzidos 3 artigos científicos, sendo uma revisão da literatura e 2 estudos experimentais. A revisão de literatura de caráter informativo para os cirurgiõesdentistas buscou avaliar a literatura atual acerca da relação entre as doenças periodontais e Doença de Alzheimer (DA). Pode-se observar que há uma escassa literatura tangente ao tema, com uma ascensão marcante recente de estudos de caráter observacionais transversais, com poucos estudos experimentais clínicos e em modelo animal. A análise dessa literatura demarca o tópico como de notável relevância atual, sendo a DA uma patologia de caráter progressivo e alta morbidade, e as patologias periodontais tornandose um possível fator modulador da etiopatogênese do Alzheimer. Contudo, ainda há carência de estudos experimentais que expliquem melhor os mecanismos biológicos dessa relação e o efeito sistêmico plausível entre as duas patologias. O segundo e terceiro artigos trataram da realização de um modelo experimental, em ratos Wistar, de indução de periodontite e indução de déficit cognitivo, analisando a influência que a doença periodontal pode apresentar sobre a progressão do déficit cognitivo, analisados por modelos comportamentais de retenção de memória (artigo 2) e por parâmetros químicos de estresse oxidativo em nível cerebral (artigo 3). No segundo artigo foram utilizados 30 ratos Wistar machos, com 45 dias de vida, divididos em 3 grupos experimentais. O grupo escopolamina recebeu indução de déficit cognitivo por escopolamina (3mg/kg), e os grupos doença periodontal e escopolamina, receberam indução de perda óssea por meio de ligaduras e indução de déficit cognitivo, sendo um dos grupos avaliado pelo teste comportamental de labirinto aquático de Morris, e o outro avaliado pelo teste comportamental de esquiva inibitória. Os animais com doença periodontal apresentaram piores retenção de memória de curta e longa duração, contudo, de forma não significativa. Pode-se concluir que nesse modelo experimental, a periodontite não foi capaz de modificar a latência de memória avaliada pelos testes comportamentais. Para o terceiro 9 artigo, 40 ratos Wistar foram divididos em 4 grupos experimentais. Grupo controle, grupo doença periodontal (DP), sendo realizada indução de perda óssea alveolar por ligadura, grupo escopolamina, sendo realizada indução de déficit cognitivo por escopolamina (3mg/kg) e grupo DP + escopolamina. Além da análise morfométrica da perda óssea alveolar, foram realizadas análises bioquímicas do tecido cerebral para aferição de estresse oxidativo. Os dados bioquímicos de alterações relacionadas ao estresse oxidativo evidenciam que a presença da doença periodontal induzida foi capaz de modificar significativamente os parâmetros de glutationa reduzida (GSH) e sulfidrilas totais, tanto no grupo somente com doença periodontal em relação ao controle, como no grupo de indução de déficit cognitivo e doença periodontal (DP+Escopolamina). Pode-se concluir que a periodontite induzida foi capaz de modular o déficit cognitivo, diminuindo a ação de agentes antioxidantes em nível cerebral, no modelo experimental proposto. A partir dos resultados dos artigos e frente às reflexões evidenciadas, pode-se concluir que a doença periodontal apresenta um potencial modulador da etiopatogênese de doenças neurodegenerativas como a DA, todavia, uma análise crítica deve ser empregada pelos profissionais sobre os mecanismos que interligam as duas patologias, bem como novos estudos devem ser estimulados para melhor entendimento dos fatores etiopatogênicos que tangem as doenças periodontais e desordens neurodegenerativas. |