Evolução cromossômica em espécies da ordem Suliformes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pozzobon, Luciano Cesar
Orientador(a): Freitas, Thales Renato Ochotorena de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276169
Resumo: A ordem Suliformes engloba 61 espécies de aves aquáticas nas famílias Phalacrocoracidae, Anhingidae, Sulidae e Fregatidae. Até o momento, apenas 6 espécies tiveram seus cariótipos descritos, sendo cinco pertencentes à família Phalacrocoracidae e uma à família Sulidae. Entre essas, cinco espécies apresentam um número diploide inferior ao provável cariótipo ancestral das aves (2n=80), com a única exceção sendo Microcarbo niger (2n=86 e 90). DNAs satélite (satDNA) são sequências repetidas in tandem no genoma e envolvidas na evolução genôma. Por este motivo, o conhecimento sobre o satDNA e a sua localização é uma ferramenta útil para a compreensão da evolução e organização do genoma. Este estudo visa analisar a evolução cromossômica da ordem Suliformes por meio da caracterização cromossômica das espécies Sula sula, S. leucogaster, S. dactylatra (Sulidae), Nannopterum brasilianum (Phalacrocoracidae) e Fregata magnificens (Fregatidae). A descrição das características do cariótipo foi realizada por coloração convencional com Giemsa, bandeamento C e hibridização in situ por fluorescência (FISH) com sondas de 18s rDNA, sequências teloméricas e de satDNAs. Os satDNAs foram identificados no software RepeatExplorer após o sequenciamento do genoma completo de machos e fêmeas de S. leucogaster e N. brasilianum. Seguido pela amplificação de satDNAs e, finalmente, FISH em cromossomos metafásicos de todas as espécies. O número diploide para S. dactylatra e S. leucogaster é 2n=76 para machos, com cromossomos sexuais Z1Z1Z2Z2, e 2n=75 para fêmeas, com cromossomos sexuais Z1Z2W. S. sula também apresenta 2n=76 para machos. N. brasilianum tem um número diploide de 2n=74, e F. magnificens tem um número diploide de 2n=76. Todas espécies apresentaram um número diploide inferior ao provável cariótipo ancestral das aves. N. brasilianum exibiu quatro pares de cromossomos com cluster ribossomal, enquanto que as outras espécies apresentaram somente um par de microcromossomos com cluster ribossomal. Como o provável cariótipo ancestral possui um par de microcromossomos com cluster ribossomal, esses resultados indicam a ocorrência de eventos de transposição e amplificação em N. brasilianum. As sequências teloméricas exibiram sinais de hibridização diferentes nas cinco espécies estudadas, no geral, foi concomitante com blocos de heterocromatina constitutiva. Em relação ao satelitoma, cinco satDNAs foram identificados em S. leucogaster e oito em N. brasilianum. A distribuição do satelitoma esteve geralmente presente em regiõesricas em heterocromatina constitutiva, com exceções em N. brasilianum. Além disso, os sinais de hibridização de SleSat04 foi visível apenas no cromossomo W de S. leucogaster, e NbrSat07 apenas no cromossomo W de N. brasilianum. Ainda, os sinais de SleSat01 estiveram presentes no centrômero de todos os autossomos, mas nenhum sinal foi visualizado nos cromossomos Z1, Z2 e W em S. leucogaster. Também, SleSat03 apresentou sinais para todos os microcromossomos de S. dactylatra, mas nenhum para o cromossomo Z2. Para o gênero Sula, é relatado um sistema de cromossomos sexuais múltiplos. A ausência de heterocromatina e satDNAs em Z1 e Z2 indica uma possível origem pela fissão do cromossomo Z ancestral. Em conclusão, os dados obtidos nesta pesquisa destacam eventos na evolução da ordem Suliformes.