Relação patógeno-hospedeiro : análise bioquímica e proteômica da interação do fungo Metarhizium anisopliae e seus hospedeiros artrópodes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santi, Lucélia
Orientador(a): Vainstein, Marilene Henning
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17064
Resumo: O fungo filamentoso Metarhizium anisopliae é um patógeno capaz de infectar uma grande variedade de artrópodes. A identificação de proteínas e atividades enzimáticas que participem ativamente do processo de infecção é um importante alvo de estudo. Com o objetivo de identificar tais proteínas, uma nova estratégia foi utilizada: imunoproteômica. Estudos relacionados à produção de esporos, formulação e infectividade de M. anisopliae para o controle de Dysdercus peruvianus (Hemiptera: Pyrrhocoridae) foram também realizados. Formulações contendo 10% de óleo de soja adicionado a 108 conídio.mL-¹ foi a mais efetiva para ninfas e adultos, sendo as ninfas mais sensíveis ao fungo. Analisando as proteínas extraídas da superfície do esporo, foram identificadas atividades relacionadas à proteção, nutrição e patogenicidade do fungo, como proteases, quitinases, lipases, fosfolipase C (identificada pela primeira vez em esporos), trealase e enzimas envolvidas na proteção contra espécies reativas de oxigênio. Utilizando a metodologia de imunoproteômica diferencial, foram observadas diferenças na secreção de proteínas de M. anisopliae em relação aos dois hospedeiros testados: D. peruvianus e Rhipicephalus microplus (Acari: Ixodidae). Foram identificadas proteases, quitinases e proteínas relacionadas com o processo de infecção em outros organismos (DNase e proteína rica em prolina). Os resultados obtidos neste trabalho indicam que M. anisopliae é eficiente no controle de ninfas e adultos de D. peruvianus, e formulações contendo 10% de óleo de soja são as mais eficientes dentre as testadas. Um extenso arsenal enzimático foi detectado no sobrenadante de esporos lavados, favorecendo a adaptação do fungo a diferentes substratos, hospedeiros, condições ambientais e nichos de atuação, seja como patógeno ou saprófito. Os resultados de imunoproteômica reforçam a potencialidade do fungo em secretar diferentes proteínas para adaptar-se, no caso, à infecção de D. peruvianus ou R. microplus, além de evidenciar proteínas e atividades compartilhadas entre os diferentes hospedeiros. As proteínas e enzimas identificadas neste trabalho poderão, isoladamente, ser alvo de novas pesquisas a fim de elucidar o processo de infecção de M. anisopliae, em especial à fase inicial da patogênese.