Tempo de tela excessivo em adolescentes brasileiros : prevalência e associação com síndrome metabólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Schaan, Camila Wohlgemuth
Orientador(a): Schaan, Beatriz D'Agord
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199054
Resumo: Inatividade física, comportamento sedentário e padrões alimentares não saudáveis, são fatores de risco para doenças cardiovasculares e, frequentemente, estão presentes desde a infância/adolescência. Sua manutenção na idade adulta implica em aumento de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e síndrome metabólica. A prevalência de comportamento sedentário, incluindo tempo de tela excessivo, é alta em adolescentes brasileiros. Realizamos revisão sistemática com meta-análise com o objetivo de avaliar o tempo excessivo de tela e de televisão entre eles. A prevalência desses comportamentos foi de 70,9% e 58,8%, respectivamente, sem diferença entre os sexos. Foi observada alta heterogeneidade entres os estudos, o que pode ser explicado em parte pela falta de padronização na avaliação destes comportamentos. A partir do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo multicêntrico, transversal, de base escolar nacional, podem-se avaliar diversos fatores de risco importantes para a saúde cardiovascular dos adolescentes entre 12 e 17 anos, de escolas públicas e privadas do Brasil; dentre eles, a prevalência de tempo excessivo de tela (> 2 horas/dia) que foi de 57,3%. O acesso à internet foi associado com tempo excessivo de tela em todas as regiões do Brasil. Adolescentes das regiões Sul e Sudeste foram mais expostos a tempo excessivo de tela. Entretanto, esta associação pode ser observada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste somente naqueles de níveis socioeconômicos mais elevados. Adicionalmente, observamos associação positiva, com efeito dose-resposta entre maiores níveis de tempo de tela e síndrome metabólica, em que os adolescentes que passavam entre três a cinco horas e seis ou mais horas em frente às telas apresentaram odds ratio de 1,39 (IC95%: 0,96-2,02) e 1,68 (IC95%: 1,03-2,74), respectivamente, para síndrome metabólica, mesmo controlando para potenciais confundidores (atividade física e consumo calórico). Quando os adolescentes foram avaliados a partir do consumo (sim ou não) de petiscos em frente às telas, a associação modificou-se, permanecendo significativa apenas entre aqueles que relataram comer enquanto assistiam televisão ou utilizavam o computador/videogame. Conclui-se que a prevalência de tempo excessivo de tela é elevada, sendo diferente entre as regiões do Brasil. Este é um importante fator a ser considerado para implementação de políticas públicas que visem reduzir este comportamento. Além disso, o fato dos adolescentes comerem petiscos enquanto estão em frente às telas modificou a associação entre tempo excessivo de tela e síndrome metabólica, ressaltando a coexistência de comportamentos não saudáveis e a importância de práticas que visem mudanças nos hábitos de vida e - não apenas em comportamentos isolados - sejam adotadas.