Citocinas e a modulação da resposta imune durante a infecção pelo HIV : suscetibilidade à infecção e progressão para a AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Medeiros, Rubia Marília de
Orientador(a): Chies, Jose Artur Bogo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/150748
Resumo: Décadas se passaram desde que os pesquisadores iniciaram investigações sobre a patogênese da infecção pelo HIV. Atualmente, é possível identificar vários desfechos clínicos após a exposição ao vírus, entre eles estão indivíduos expostos não infectados e indivíduos que após a infecção progridem rápida ou lentamente para a aids. No entanto, a identificação de fatores que permitam diferenciar e monitorar estes desfechos continua um desafio. Neste contexto, citocinas parecem ser marcadores promissores de acompanhamento da progressão para a aids. Neste estudo, avaliamos indivíduos HIVpositivo fenotipicamente (níveis plasmáticos das citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL- 17A, TNF-α, IFN-γ) e geneticamente (variantes polimórficas) com o objetivo de contribuir para o melhor entendimento da patogênese da infecção e trazer novas perspectivas às questões clínicas e terapêuticas. Nossos resultados sugerem uma associação entre o aumento dos níveis plasmáticos de IL-6 e IL-10 no estágio pré-aids em progressores rápidos (p<0,05) e lentos para a aids (p<0,05). Assim, o aumento dos níveis de IL-6 e de IL-10 podem indicar um estado inflamatório crítico, podendo ser utilizados como marcadores do curso da infecção em indivíduos HIV-positivo. Os genótipos IL10-592 AA+AC (OR 1.89, IC 95% 1,10-3,14, p<0,01) e IL17A-692 TC+CC (OR 1.61, IC 95% 0,99-2,71, p<0,05) foram associados à susceptibilidade a infecção pelo HIV em indivíduos eurodescendentes. Além disso, quando analisados em conjunto, SNPs nos genes IL4, IL6, IL10 e TLR9 mostraram efeitos aditivos significativos (p<0,01). Já em indivíduos afrodescendentes, observou-se um efeito protetor dos genótipos TLR9-1237 TC+CC (OR 0.47, IC 95% 0,23-0,96, p = 0,038), e um efeito epistático significativo entre TLR9 e IL4 (p<0,01). Estes resultados contribuem para a compreensão dos mecanismos envolvidos na resposta imune à infecção pelo HIV. Nossas análises mostram que a origem étnica tem grande influência nas associações entre as variantes genéticas e os desfechos da infecção pelo HIV. Adicionalmente, verificou-se que análises de interação gênica, avaliadas através da redução multifatorial de dimensionalidade (MDR), contribuem para a compreensão dos efeitos dos SNPs e podem ser muito úteis na identificação de redes gênicas que influenciam na susceptibilidade e/ou em diferentes cursos clínicos da infecção pelo HIV.