O suicídio-homicídio de pessoas trans e a cisheteronormatividade : marginalização e extermínio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Goulart, Vincent Pereira
Orientador(a): Nardi, Henrique Caetano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237486
Resumo: A guerra contra populações definidas como inimigas da família, do cristianismo, da moral e dos bons costumes é reforçada pelo Estado, por meio de políticas conservadoras e genocidas. As populações de pessoas trans e travestis, especialmente negras e pobres, mediante a patologização histórica de suas identidades e por meio do racismo, são os principais alvos de necropolíticas, as políticas de morte. Por representarem uma ameaça à cisheteronorma e, portanto à sociedade, emerge a necessidade de neutralização do inimigo, a qual é reiterada pelo Estado, que promove uma agenda pública de marginalização e extermínio de pessoas trans, travestis e negras, seja por homicídio, seja pelo suicídio, destituindo essas populações de sua humanidade e de seus direitos fundamentais. Neste trabalho, busca-se compreender como a cisnormatividade atua nos processos de patologização de pessoas trans e travestis e como estabelece relações que tornam essas populações inimigas da sociedade através da colonialidade de gênero e de raça. As estratégias de pesquisa buscaram analisar a rede enunciativa que confere sentido aos relatos e ao conteúdo midiático online (jornais, revistas, blogs, entre outros) acerca de pessoas trans e travestis assassinadas e suicidadas, tendo como base as discussões de Silvio Almeida sobre racismo estrutural e de Achille Mbembe sobre as políticas de inimizade e as necropolíticas.