Arsênio no arroz e cereal infantil e seu possível impacto toxicológico na saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fão, Nuryan dos Santos
Orientador(a): Garcia, Solange Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188744
Resumo: O arsênio (As) é um elemento tóxico classificado como pertencente ao grupo 1A de carcinogenicidade pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC). A exposição a este metaloide pode levar a vários riscos à saúde, especialmente muitos tipos de câncer como de pulmão, rim, pele e bexiga. As principais fontes de exposição ao As são por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. O arroz (Oryza sativa L.) é um dos alimentos que pode conter contaminação por altas concentrações de As, uma vez que possui maior capacidade de absorver este elemento e por sua forma de cultivo ser realizada, na grande maioria, em solos alagados com condições anaeróbicas. Neste trabalho, o As total (tAs) foi quantificado por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) nos principais tipos e marcas de arroz (n=103) e cereais infantis (n=27) comercializados e consumidos pela população brasileira. As concentrações de tAs encontradas nas amostras de arroz foram comparadas com os limites máximos de As permitidos por agências regulatórias, bem como as concentrações obtidas em outros estudos. Adicionalmente, foi avaliada a estimativa de ingestão diária de As do arroz consumido. As concentrações de tAs nas amostras de arroz variaram de <0.003 à 1,3 mg/kg, com uma média de 0,263 mg/kg. Cerca de 27% das amostras de arroz continham tAs acima do limite estabelecido pelo Mercosul (0,3 mg/kg) e 45% das amostras acima da legislação europeia (0,2 mg/kg). Comparando-se com a legislação da China, que preconiza um limite máximo de 0,15 mg/kg, um dos maiores produtores e consumidores de arroz do mundo, 93 das 103 amostras (90%) seriam reprovadas. Dentre os cereais infantis, verificou-se que os cereais à base de arroz ou que continham arroz como um dos principais ingredientes apresentaram uma maior quantidade de tAs em comparação com os cereais multigrãos. Em resumo, conclui-se com este estudo que existem marcas de arroz e cereais infantis comercializadas que apresentam níveis de tAs elevados em comparação aos níveis máximos preconizados pelas legislações, tanto do Brasil quanto de outros países, podendo trazer riscos para a saúde da população exposta.