Camponeses e pequenos escravistas: estrutura econômica, reprodução social e vínculos extradomiciliares de produtores rurais em Porto Alegre e Viamão, décadas finais do século XVIII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomes, Luciano Costa
Orientador(a): Osório, Helen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194421
Resumo: Porto Alegre e Viamão, em fins do século XVIII, eram formadas por um amplo espaço rural ocupado por uma maioria de pequenos e médios produtores envolvidos com a produção de trigo, classificados como lavradores. Indivíduos escravizados faziam-se presentes na maioria das unidades produtivas. Comerciantes, funcionários reais, famílias não possuidoras nem de terras nem parentes proprietários fundiários, pretos e pardos libertos, militares, padres, bem como grandes proprietários fundiários, dentre outros, fazem-se, igualmente, presentes. O objetivo desta pesquisa é tentar entender como esses indivíduos e famílias, tão diferentes entre si, organizavam-se por meio de vínculos parentais, relações de comércio, compadrio, acordos de trabalho, agregação e laços de clientela. Quando possível, queremos saber quando e por qual motivo entravam em conflito. A documentação base desta pesquisa são os róis de confessados, as Relações de moradores de Porto Alegre e Viamão e os livros de batismos. Foram utilizados uma série de outros documentos, de forma paralela. A metodologia mais importante empregada é a da identificação nominal dos indivíduos e famílias. Há cinco hipóteses a serem defendidas nesta tese. O sistema de mão-de-obra da região pode ser qualificado como camponês e pequeno escravista, algo semelhante ao modelo do “Sul de Minas”. Havia duas fortes tendências de vinculação clientelista na região, pois lavradores mais ricos aproximaram-se dos comerciantes, enquanto os mais pobres deles tendiam a procurar grandes estancieiros. As famílias extensas de pequenos e médios produtores, em virtude da limitação patrimonial dos pais, bem como da crescente autonomia dos filhos crescidos, tendia a apresentar uma organização não centralizada, de modo que os núcleos domésticos se articulavam com apenas alguns de seus parentes, mas não com todos. Por fim, a multiplicação de vínculos, dos mais variados tipos, em direção a grupos os mais variados na escala social, revelou-se útil ao ampliar o leque de origem de recursos sociais, econômicos, políticos e, por que não, afetivos. Espera-se que esta pesquisa possa favorecer um melhor entendimento sobre a organização social ao sul da América portuguesa.