Avaliação técnica, ambiental e econômica do uso do jigue a ar na reciclagem do resíduo da construção e demolição (RCD) brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Waskow, Régis Pereira
Orientador(a): Tubino, Rejane Maria Candiota
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/215017
Resumo: Os resíduos de construção e demolição (RCD) são gerados em grandes quantidades em todo o mundo. No Brasil, este resíduo supera a metade da geração do resíduo sólido urbano (RSU). Estudos acadêmicos evidenciam a possibilidade de reuso de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais na produção de concretos. Há, entretanto, a necessidade da melhoria da qualidade dos agregados reciclados para ampliar sua aceitação pelo setor da Construção Civil. Assim, um novo paradigma surge na reciclagem do RCD: os métodos de beneficiamento. Alguns autores avaliam processos de beneficiamento adicionais aos processos unitários de reciclagem do RCD no Brasil. Entretanto, existe uma carência de estudos que considerem o beneficiamento de resíduos com características do gerado no Brasil através do uso do jigue a ar, equipamento de beneficiamento por diferenças de densidade. A legislação brasileira exige práticas que conciliem viabilidade econômica e redução dos impactos ambientais. O objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade técnica, ambiental e econômica do uso do jigue a ar no beneficiamento gravimétrico dos agregados graúdos de RCD com características do gerado no Brasil. Para tal, se fez necessário: (i) Gerar e caracterizar RCD com características do gerado no Brasil; (ii) Avaliar a viabilidade técnica do beneficiamento com o uso do jigue a ar; (iii) Avaliar os impactos ambientais e a viabilidade econômica do conjunto de processos unitários utilizados atualmente para a reciclagem do RCD (Cenário Atual) e de um Cenário Proposto, onde é adicionado o uso do jigue a ar; (iv) Comparar a produção de agregados reciclados dos cenários de Reciclagem Atual e Proposto com os agregados graúdos naturais em um contexto de Intensidade de Impactos (relação impacto ambiental/custo). Os resultados confirmam a possibilidade de uso do jigue a ar na melhoria da qualidade de agregados graúdos reciclados, alcançando concentração de agregados de concreto na camada inferior do equipamento de 63%. Os parâmetros operacionais para estes resultados são: Taxa de expansão de 100%; Frequência de 100 rpm; e Tempo de Operação de 120 segundos. Os resultados demonstram que o jigue a ar não altera características dos agregados graúdos reciclados relevantes ao uso na construção civil. Os impactos ambientais da Reciclagem Proposta (com jigue a ar) são inferiores aos da Reciclagem Atual e da produção do agregado graúdo natural, no contexto de Porto Alegre-RS, para a maioria dos indicadores ambientais avaliados. Entretanto, o transporte de RCD é o principal responsável pelos impactos adversos dos indicadores Mudanças Climáticas, Depleção de Recursos Abióticos – combustíveis fósseis e Depleção da Camada de Ozônio, com contribuições que superam 90% dos indicadores. No Cenário Proposto, alguns dos indicadores ambientais são mais atrativos que os do Agregado Graúdo Natural, ainda que os locais de entrega do agregado produzido estejam a até 300 km de distância. Porém, os cenários de reciclagem avaliados (Atual e Proposto) somente atingem indicadores econômicos atrativos com soluções alternativas, como a redução de impostos, minimização/exclusão de custos de transporte ou concessão dos equipamentos da planta de reciclagem. Somente com a exclusão dos custos de transporte do RCD, são alcançados TIR e Payback adequados ao tipo de atividade. A análise de Intensidade de Impactos inicial, impacto ambiental/custos unitário, suavisa os resultados pouco atrativos dos demais indicadores econômicos. Logo, conclui-se mais adequado o uso da relação impacto ambiental/TIR ou Payback para o alcance de resultados fidedignos de Intensidade de Impactos da atividade.