A educação profissional no contexto da agricultura familiar em Antônio Prado-RS : instrumento de subordinação capitalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Vitória, Fernando Bilhalva
Orientador(a): Ribeiro, Marlene
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/32217
Resumo: A presente dissertação de mestrado tem como foco de pesquisa a formação técnica rural no contexto da agricultura familiar no município de Antônio Prado – RS, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal deste município e o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Sul - IFRS. Nesta perspectiva, partimos da hipótese de que, na história das políticas públicas para o campo, os interesses dos sujeitos específicos e a formação oferecida a estes se articulam dialeticamente aos interesses do capital, definindo, desse modo, as ofertas de educação profissional. Educação do campo é a categoria central bem como o materialismo histórico-dialético é o método orientador da análise. Com isso, pensamos ter os elementos necessários para desvendar as relações sociais e históricas interpostas na formação humana dos sujeitos. A educação é entendida como um espaço estratégico de luta e consolidação hegemônica de uma classe dominante. Mas é também, no caso da educação do campo, espaço importante de luta contra-hegemônica na luta pela terra, na garantia de trabalho, liberdade, emancipação, na produção de um projeto societário diferente, aonde o social preceda e determine o econômico. A educação do campo é tomada como instrumento de análise da formação profissional oferecida aos sujeitos da agricultura familiar de Antônio Prado – RS, estabelecendo múltiplas ligações no sentido de contextualizar as relações destes sujeitos, no contexto da realidade objetiva do curso técnico, em sua concepção e propósitos. Do mesmo modo, faz-se a relação com a totalidade, sob as bases do modelo flexível de acumulação do capital, da história da educação profissional como instrumento de inclusão capitalista e sob o prisma da educação rural como estratégia da manutenção das relações sociais de classes no campo. as imigrações européias com a questão agrária brasileira, onde se resgata a importância destes sujeitos na produção de mais-valia no processo de produção do capital. De posse das categorias de análise e da contextualização histórica da região é possível efetuar-se o confronto entre a realidade objetiva dos sujeitos – agricultores familiares – e o sentido que assume a formação profissional oferecida nestes contextos histórico-sociais. Conclui-se que esta formação está voltada para subordinação ativa dos trabalhadores do campo, associada à contenção dos mesmos na região onde vivem de modo a não se dirigirem aos centros urbanos, e à criação de uma lógica produtiva de dependência sistêmica. Com isso, julga-se ter alguns elementos para compreender, na materialidade da política para a educação profissional do campo, mais propriamente nas suas contradições, tanto limites quanto possibilidades de uma formação humana.