Exercícios de atrevivência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sant’Anna Júnior, Ademiel de
Orientador(a): Silva, Rosane Azevedo Neves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237435
Resumo: Esta pesquisa aposta nos Exercícios de Atrevivência como modo de reinscrever imaginários sensíveis e revolucionários, que fazem a corpa preta escapar das clausuras coloniais através de encontrões poéticos entre as Escrevivências e as Performances da Oralitura. E, nestas Poéticas da Relação, torna-se possível quebrar com as desinências de tempo e de gênero contidas na gramática do português, interrogando no pretuguês: O que podem corpas pretas que cantam, dançam e se pronunciam com a força da poesia? O trabalho discute a poesia afirmada como fundamento, que nos faz resistir às violências do sequestro e ao fedor colonial que, estruturalmente, fundam o racismo como episteme e perpetuam no poder quem se beneficia dele, tornando estes perversamente capazes de justificar todas as atrocidades cometidas contra corpas pretas e povos ameríndios. Sangram nossas feridas e é com versejos da palavra pronunciada nestas Poéticas da Relação com a ancestralidade que criamos pensamentos de tremor, que surgem de insubmissões poéticas que rasgam a língua re-existindo e tratando coletivamente nossos cortes e amputações. É com a força de nossa insubmissão que combatemos as sutilezas do racismo e sexismo na cultura brasileira. E é na correspondência com minha mãe que nesta dissertação este processo entorna-se possível. Nesta aposta, então, “soul” rebento destes gestos metodológicos que, gerados do útero de mulheres pretas, alicerçam-se como episteme e fundamentação, insubmissão e insurgência poética na diáspora. Enxergar, saborear, tatear, cantar, versejar e sambar os exercícios de atrevivência significa, também, afirmar que nunca coubemos no silêncio.