Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Paulo Cezar de |
Orientador(a): |
Scroferneker, Maria Lucia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234593
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Resumo: |
Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que faz parte do grupo de doenças negligenciadas no Brasil. Ela é causada por uma micobactéria chamada Mycobacterium leprae (M. leprae), a qual é um bacilo intracelular obrigatório que tem preferência por pele e nervos periféricos, não sendo possível seu cultivo in vitro. Não há ainda uma resposta em definitivo que possa explicar como funcionam exatamente os mecanismos da imunopatologia celular. É possível pensar que as diferentes formas clínicas da doença estão associadas a algum tipo de resposta imune do hospedeiro quando é exposto ao M. leprae. No Brasil, é considerada um problema de saúde pública, pois o país é o segundo no mundo em número de casos novos de hanseníase ao ano, sendo que a Índia ocupa o primeiro lugar. No Brasil, a distribuição dos casos não é homogênea. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste são regiões consideradas de alta endemia, enquanto as regiões Sul e Sudeste são consideradas de média endemia e, nessas regiões, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina são considerados estados com baixa endemia para a hanseníase. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da hanseníase no período de 2000-2019 no estado do Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo observacional retrospectivo. Os dados epidemiológicos foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Dos 497 municípios do estado, 357 ( 71,9%) registraram casos de hanseníase no período do estudo, sendo a média de 212 casos novos ao ano, em um total de 4233 casos durante os 20 anos estudados. O sexo masculino foi o predominante (51,8%), a média de idade foi de 50,4 anos e 84,4% tinham o ensino fundamental completo, com o mesmo percentual residindo em área urbana. Em relação ao perfil clínico epidemiológico, 79,0% dos registros eram casos multibacilares, 37,5% com forma clínica dimorfa, 50,2% apresentavam grau 1 ou 2 de incapacidade física ao diagnóstico, sendo que em 16,0% dos casos o grau de incapacidade física era visível (grau 2), e a baciloscopia foi positiva em 35,4% dos casos. No presente estudo, 73,8% dos casos foram tratados com esquema terapêutico multibacilar padrão. Conclusões: O estado do Rio Grande do Sul mantém seu status de baixa endemicidade para a hanseníase, contudo observamos que os diagnósticos são tardios, apresentando elevado número de casos novos com grau de incapacidade física presente já no diagnóstico. Destaca-se, ainda, a taxa de alfabetização não superior à 4ª série do ensino fundamental. Essa combinação de fatores aponta para a necessidade de monitoramento constante das políticas públicas executadas e voltadas para o cuidado da hanseníase em um estado de baixa endemia e com avançado grau de incapacidade física já ao diagnóstico, além da necessidade de aprimorar a investigação epidemiológica para a detecção cada vez mais precoce de casos da hanseníase. Além disso, é fundamental a educação continuada dos profissionais de saúde, não só médicos, mas também multiprofissionais, atuando na Atenção Básica de Saúde e nas diferentes esferas do SUS para a detecção e manejo dos casos de hanseníase. |