Plasma seminal como terapia local em reprodução assistida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pinheiro, Rafael Mota
Orientador(a): Capp, Edison
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/11409
Resumo: O plasma seminal é uma fração do ejaculado masculino, produzido por contribuição de várias glândulas acessórias masculinas. Deveria ser reconhecido, como ocorre em outras espécies, como agente necessário ao “condicionamento” do endométrio, favorecendo o processo de implantação do embrião. A composição e conseqüente atividade imunossupressora do plasma seminal parece estar relacionados com o favorecimento da viabilidade da gravidez. Nessa tese, em estudo em que foram comparadas amostras de plasma seminal de pacientes considerados férteis frente a amostras de homens considerados inférteis (com oligozoospermia ou astenozoospermia) não foi encontrada diferença estatística entre níveis de diversas citocinas envolvidas no processo implantação. Amostras de plasma seminal dos dois grupos estudados demonstraram ter o mesmo potencial em diminuir a secreção de fator de necrose tumoral (TNF)-alfa e estimular a secreção de interleucina (IL)-6 e IL-8 por células mononucleares periféricas (PBMC), comprovando a atividade imunomoduladora do plasma seminal. A habilidade do sistema imune materno em manter tolerância frente ao feto pode ser reflexo do ambiente criado nos tecidos envolvidos e não somente de citocinas liberadas exclusivamente por células do sistema imune. Em outro estudo aqui apresentado, demonstrou-se que o perfil de expressão gênica de células endometriais epiteliais cultivadas in vitro pode ser modulado pela ação de plasma seminal em cultura. Análises de ontologia gênica apontam a regulação negativa de genes envolvidos com a resposta imune e estimulação de agentes envolvidos com a quimiotaxia, podendo estar relacionados com a expansão de linfócitos T reguladores observados durante gestações bem sucedidas. Regulação positiva de 133 genes e resolução negativa de 12 genes endometriais epiteliais foram descritas pela primeira vez nesse trabalho de tese e podem contribuir para a compreensão do processo envolvido na simbiose materno-fetal. Em ensaio clínico apresentado nessa tese envolvendo pacientes submetidas à Fertilização in vitro (FIV) ou Injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) voluntárias a participar do estudo piloto duplo-cego, observou-se que pacientes que recebiam plasma seminal intracervical e intravaginal no dia da coleta dos oócitos exibiam maior taxa de gravidez do que a do grupo controle (salina). Ainda permanece pouco esclarecido o exato mecanismo pelo qual o plasma seminal é capaz de levar a aumento relativo de 45% na taxa de gravidez em mulheres que receberam plasma seminal, por vias intracervical e intravaginal, no dia da coleta dos oócitos.