Informação e mercado frente ao risco alimentar associado à encefalopatia espongiforme bovina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Vaz, Fabiano Nunes
Orientador(a): Dewes, Homero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/8149
Resumo: Este trabalho procura estabelecer a relação entre as informações científicas e da mídia, relativas a um presumido risco associado ao consumo de um produto agroalimentar, e o comportamento do mercado. O caso estudado se refere à ocorrência da encefalopatia espongiforme bovina (BSE) no Reino Unido, no final da década de 1980. O entendimento do processamento da informação científica pela mídia, e o seu efeito no comportamento de um mercado conhecido, pode auxiliar no estabelecimento de um modelo integrado de geração do conhecimento científico, sua difusão pela mídia e impactos no mercado, que refletem a percepção pública de risco alimentar derivada da informação. Este modelo pode auxiliar na análise prospectiva de mercados, frente à geração de novos conhecimentos, relativos a riscos no âmbito da segurança alimentar. O modelo também poderá expressar os efeitos do comportamento do mercado alimentar sobre a pauta futura da pesquisa científica sobre risco alimentar. As percepções de risco são disseminadas na população, em regra, pelas informações que chegam até a mesma, principalmente pela mídia escrita e digital. Analisando as publicações científicas e a difusão de notícias nos informativos da mídia, se buscou determinar se as variáveis de mercado da carne bovina são afetadas pelo número de informações publicadas sobre determinado tema, e se estas variáveis podem ser antecipadas pela produção científica e da mídia sobre risco alimentar. O trabalho consistiu em levantamentos bibliométricos nas bases de dados e fontes de informação on-line, correlacionando-se o número de informações publicadas com o comportamento do mercado da carne, antes, durante e após a crise da BSE. Esta análise permitiu caracterizar os fluxos e a dinâmica da informação, identificando os intervalos de tempo e a intensidade, com os quais a percepção de risco foi repassada pela mídia para a população. No caso estudado, observou-se que a difusão de notícias pelos semanários científicos ocorreu de forma rápida, e que estas notícias se correlacionavam com as variações de mercado ligadas ao consumo de carne bovina. As revistas dirigidas à área econômica trataram do risco alimentar apenas discretamente, enquanto que os jornais diários reagiram de forma rápida e massiva. Por isso, antes dos periódicos científicos e das revistas econômicas, são os jornais diários e os semanários de divulgação científica, as fontes de informação sugeridas para avaliar a percepção de risco da sociedade. Por outro lado, a análise dos dados bibliométricos permitiu constatar que, em resposta ao comportamento da população, novas pesquisas são realizadas sobre temas correlatos, cujas publicações realimentam os jornais e semanários. Essas novas informações contribuem para reduzir o grau de incerteza na sociedade, com reflexos positivos no mercado, independente da natureza e do grau do risco mensurado científicamente.