Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Torres, Iraci Lucena da Silva |
Orientador(a): |
Ferreira, Maria Beatriz Cardoso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/275866
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Resumo: |
Diferentes efeitos têm sido observados sobre a resposta nociceptiva após a exposição a estresse agudo ou crônico em ratos. A exposição a estresse agudo induz analgesia e a estresse crônico, hiperalgesia. O sistema purinérgico é sabidamente envolvido em mecanismos de nocicepção (ativando ou inibindo). Nessa tese, avaliaram-se a nocicepção em ratos estressados cronicamente por imobilização e alguns parâmetros a ela relacionados. Além disso, avaliou-se a hidrólise de nucleotídeos de adenina em diferente estruturas do SNC (medula espinhal, córtex cerebral, hipotálamo) e soro. Ratos Wistar adultos foram repetidamente estressados por 40 dias, o que induziu hiperalgesia, observada no aparelho de tail-flick. A hiperalgesia observada em machos após estresse crônico é dependente de gênero, uma vez que não ocorreu em fêmeas. Nova sessão de estresse agudo foi aplicada após os 40 dias de estresse, observando-se analgesia após a sessão de nado forçado, mas não após imobilização. Avaliou-se também o efeito de agonista de receptor A1 de adenosina, N6-ciclopentiladenosina (CPA, 3,35 mg/kg, por via i.p.) e de um antagonista de receptor A1 de adenosina, 1,3-dipropil-8- ciclopentilxantina (DPCPX, 0,8 mg/kg, por via i.p.), assim como o efeito de um inibidor de transporte de nucleosídeos, dipiridamol (DP, 5 mg/kg, por via i.p.), na nocicepção de animais controles e cronicamente estressados. O grupo controle apresentou aumento da latência de tail-flick após a administração de CPA e DP, mas nenhum efeito foi observado no grupo cronicamente estressado. DPCPX não produziu alteração de nocicepção em quaisquer dos grupos. Os efeitos analgésicos de CPA e DP foram revertidos por DPCPX nos animais controle, indicando envolvimento de adenosina e, mais especificamente, de receptores A 1 de adenosina na antinocicepção observada. A ausência de efeito em animais estressados sugere que a sinalização da dor induzida por estresse crônico apresenta uma modulação diferente, envolvendo o sistema adenosinérgico. Uma NTPDase (apirase) hidrolisa ATP e ADP em sinaptossomas de sistemas nervosos central e periférico. Considerando os resultados farmacológicos obtidos com agonistas e antagonistas de receptores de adenosina, investigou-se a hidrólise de nucleotídeos de adenina em medula espinhal de ratos machos e fêmeas estressados crônica e agudamente. Ratos Wistar adultos machos e fêmeas foram submetidos a 1 h/dia a estresse por imobilização por 1 dia (agudo) ou por 40 dias (crônico), foram sacrificados 24 horas após a última sessão de estresse. Atividades ATPásica-ADPásica foram medidas em sinaptossomas de medula espinhal de ratos controles e estressados. A hidrólise do ADP mostrou-se diminuída em 25% nos animais machos cronicamente estressados. Houve também neste grupo aumento na atividade da S'nucleotidase, enzima que hidrolisa AMP extracelular. Nenhum efeito foi observado em fêmeas cronicamente estressadas ou em estresse agudo tanto em machos quanto em fêmeas. Avaliou-se então a hidrólise de nucleotídeos de adenina em sinaptossomas de duas estruturas cerebrais ( córtex frontal e hipotálamo) e soro de ratos machos. Não foi observada qualquer alteração de atividades ATPásica ou ADPásica após estresse crônico nas estruturas cerebrais analisadas. Por outro lado, houve redução de 27% na hidrólise do ADP, sem alteração na atividade ATPásica em soro dos animais cronicamente estressados. É possível que esse efeito represente uma adaptação ao estresse crônico, podendo refletir diferentes funções de nucleotídeos e/ou enzimas nessas frações. Além disso, também é possível que níveis alterados da atividade ADPásica no soro possa servir como marcador bioquímico de estresse. Aumento da concentração de ADP, sabidamente um indutor de agregação plaquetária, em soro pode sugerir um papel para esse fator na etiologia da arterosclerose produzida por estresse. Investigou-se então o efeito do estresse agudo na hidrólise de nucleotídeos de adenina em soro de ratos, utilizando diferentes tempos de avaliação após a sessão de estresse. Ratos adultos machos foram submetidos a 1 hora de estresse de imobilização e foram mortos após O, 6, 24 e 48 horas. Houve aumento da hidrólise de ATP e ADP 24 horas após o estresse (58% e 54% respectivamente, quando comparado ao grupo controle). Por outro lado, a hidrólise de AMP aumentou 6 e 24 horas (68% e 94% respectivamente, em comparação ao controle) após o estresse. Esses efeitos podem refletir a presença de mecanismo de proteção ao estresse e as alterações enzimáticas observadas em soro podem ser marcadores bioquímicos de exposição aguda a um estressor. |