Arte e práticas de si feministas: multiplicar os horizontes éticos e estéticos na docência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Taís Ritter
Orientador(a): Loponte, Luciana Gruppelli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276985
Resumo: A pesquisa teve como objetivo principal analisar como as formas de relação consigo, com o outro e com o conhecimento mobilizadas por artistas contemporâneas podem instigar a constituição de um ethos feminista na docência. Para levar a cabo tal propósito, elegeu-se como material empírico os escritos e as entrevistas realizadas com três artistas contemporâneas: a catalã Olga Olivera-Tabeni, a brasileira Panmela Castro e a boliviana Julieta Paredes, integrante do coletivo Mujeres Creando comunidad. Para análise desse material, foi ativado o referencial teórico-metodológico advindo dos estudos de Michel Foucault, especialmente, os conceitos cuidado de si e práticas de si, em articulação com a perspectiva feminista pós-estruturalista (Margareth Rago, 2013; Margaret McLaren, 2016; Luana Tvardovskas, 2015). Tendo em vista essa articulação teórica, a pesquisa debruçou-se sobre algumas práticas de si feministas e, mais especificamente, sobre aquelas acionadas pelas artistas que compõem o estudo. Tal intento partiu da aposta de que tais práticas de si podem multiplicar os horizontes éticos e estéticos da docência. Cabe destacar que as análises tiveram, como pano de fundo, o avanço dos discursos neoliberais e fundamentalistas no campo da educação que, além de intensificar as desigualdades de gênero vigentes na sociedade, trazem implicações para os modos de exercer a docência na contemporaneidade. Diante desse cenário, a pesquisa buscou problematizar como, por meio da relação com a arte, podemos formar um inventário poético capaz de instigar a criação de si na docência. Na análise, destacou-se algumas práticas de si feministas: a escuta, os gestos autobiográficos, a ética da memória, a postura crítica diante de noções hierárquicas de arte, a constituição de sociabilidades comunitárias. Tais práticas podem intensificar o viver docente, possibilitando formas de presença consigo e com o outro; uma relação inventiva e encarnada com o conhecimento; a construção de memórias e visibilidades plurais; modos de relação com o outro eticamente fundamentadas. O texto encontra-se entremeado por uma coleção de exercícios poéticos de si, realizados durante a pesquisa, os quais reúnem práticas de escritas diversas (poesias, crônicas, ativação de memórias). Neste caso, objetivou-se tornar visíveis as práticas de si feministas elaboradas e encarnadas por uma docente a partir de sua relação com a arte.