Políticas multiespécie : um estudo etnográfico da leishmaniose visceral em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Abreu, Adriana Leal
Orientador(a): Segata, Jean
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/216952
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo acerca das políticas de controle da Leishmaniose Visceral na cidade de Porto Alegre e como elas se entrelaçam com as vidas dos atores sociais envolvidos nesse processo: instituições, artefatos, humanos, cães, mosquitos e parasitas. De modo geral, tem-se tornado perceptível um desconforto na maneira como nós nos relacionamos com outros seres. Para este aspecto se direciona esta tese. Tem-se apresentado um desconforto muito grande por parte dos tutores, de um grupo crescente de médicos veterinários, de advogados animalistas, da rede de proteção animal, sobretudo no que diz respeito à política de controle do reservatório canino no tange a prática da eutanásia, bastante invisibilizada e naturalizada para cães soropositivos. Este estudo, então, se propõe a discutir, no campo de públicas, esse desconforto relacionado à eutanásia de cães soropositivos existente na política de controle da Leishmaniose Visceral na cidade de Porto Alegre. Além disso, procurou-se compreender o que essa zoonose significa para a saúde pública, para os tutores e para os grupos paraestatais de proteção animal que lutam por tratamento desses animais não humanos. Esta pesquisa, no campo de políticas públicas, ao pensar a relação humano-animal, não está descolada de outras agendas como as políticas ambientais, onde também residem os conflitos. Por isso, destacam-se essas relações tão ricas e tão atuais que ajudam a compreender que estudar a política de controle da Leishmaniose Visceral e o controle do seu reservatório canino insere as políticas públicas num debate bem maior, mais abrangente e bastante atual. Metodologicamente, este estudo pode ser classificado como um estudo descritivo, qualitativo e está baseado em dados secundários e depoimentos dos tutores, ativistas, médicos veterinários, políticos da causa animal e na experiência da autora com a proteção animal. Esta tese, ainda, é uma singela contribuição e soma-se a tantos outros estudos das relações humano-animal. Limita-se a relatar as experiências dos que vivem a política de controle do reservatório canino, o que dizem especialistas, teses de doutorado e dissertações de mestrado sobre a leishmaniose visceral, sobre métodos de controle e diagnóstico e tratamentos alternativos à eutanásia. Procura, também, apresentar, no campo de políticas públicas, a reflexão de que a saúde coletiva é composta de outros seres e que, sob o guarda-chuva dos conceitos de Saúde Única, deve-se pensar num reposiconamento dos animais e do meio ambiente.