Avaliação da oscilação circadiana da microbiota intestinal cultivável em ratos Wistar macho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Amando, Guilherme Rodriguez
Orientador(a): Hidalgo, Maria Paz Loayza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259889
Resumo: Relevância: O intestino de mamíferos possui populações microbianas abundantes, com grande diversidade taxonômica e que sofre influência de diversos processos no organismo. Um dos fatores que influenciam este microbioma são variações no ciclo claro-escuro. Novas publicações, utilizando metagenômica, sugerem que a luz possui uma importante função na constituição de comunidades microbianas, apresentando variações em sua abundância, de forma circadiana. Entretanto, este método molecular não distingue microorganismos viáveis de não viáveis. Estudos que avaliem esta variação utilizando métodos que quantifiquem microrganismos metabolicamente ativos (e.g, cultura microbiana) são escassos. Objetivo: Compreender a oscilação circadiana do microbioma intestinal de ratos Wistar macho através de análise de cultura microbiana de diferentes tecidos do trato gastrointestinal (i.e., ceco e reto) e fezes. Métodos: Durante um período de 24h, 3 animais foram eutanasiados, a cada 6 horas (n = 12), sendo o zeitgeber time zero (marcador de passagem de tempo; ZT0) correspondendo às 7 horas da manhã. Imediatamente após a eutanásia, foi feito a dissecção dos segmentos intestinais. Para possibilitar o plaqueamento nos meios de cultura (i.e., Brain Heart Infusion Agar/BHI, Mitis Salivarius Agar/MS, Sabouraud Agar/SA e Brucella Agar/BA), todas as amostras foram diluídas em tampão fosfato-salino (PBS). Os meios foram armazenados em condições gasosas com diferentes tensões de oxigênio/nitrogênio e em temperaturas específicas (entre 26ºC e 37ºC, dependendo do meio de cultura) para possibilitar o cultivo microbiano. Então, realizou-se a contagem de Unidades Formadoras de Colônia por ml (UFC/ml). As análises estatísticas foram feitas utilizando o teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de múltiplas comparações de Dunn. Resultados: No meio Brucella, a contagem de UFC/ml nas fezes foi significativamente maior no ZT0, seguido dos ZT6, ZT18 e ZT12 (p = 0,0156). Em relação aos meios de cultura, nas amostras do meio BHI, foram contadas mais UFC/ml em fezes (FZ) do que em ceco (CE) e mais em ceco do que em reto (RT) no ZT6 (p = 0,0321) e no ZT12 (p = 0,0036). Nos meios Sabouraud (p = 0,0214) e Mitis Salivarius (p = 0,0107), foi observado o mesmo padrão (i.e., FZ>CE>RT) no ZT0. Conclusões: Nós demonstramos que, a cada 6 horas, é possível observar variação nas contagens de UFC pelo método de cultura microbiana, abrangendo a oscilação diurna de bactérias anaeróbias metabolicamente ativas. Além desta variação nos horários avaliados, também foram apresentadas diferenças quantitativas de comunidades em diferentes tecidos. Estudos futuros devem ser realizados objetivando a complementaridade de métodos moleculares e culturas microbianas, visando um melhor entendimento mecanístico e fisiológico do microbioma intestinal. Apoio Financeiro: FIPE/HCPA, CNPq, CAPES, FAPERGS.