Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Quirim, Diogo Jardim |
Orientador(a): |
Vargas, Anderson Zalewski |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/226282
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Resumo: |
Quais são as políticas do tempo mediadas pelo dispositivo do anacronismo? Esta tese se dedica a investigar o funcionamento do anacronismo como uma agência capaz de agregar actantes em associações multitemporais, a partir de dois estudos de caso provenientes das obras de Bruno Latour dos anos 90 do século XX: a) a mobilização da Alegoria da Caverna de Platão no livro Políticas da natureza; b) a invocação de Ramsés II e da causa hipotética de sua morte na proposta da historicidade dos objetos científicos, expondo as dificuldades de vinculá-lo ao bacilo de Koch. O objetivo deste estudo, com isso, é descrever as cronopolíticas implicadas na vinculação ou não de actantes deslocados de diversas temporalidades em um mesmo agrupamento através do anacronismo, utilizando como método descritivo a própria teoria ator-rede proposta por Bruno Latour e outros pesquisadores dos science studies. O uso desta metodologia para descrever os casos de Platão e de Ramsés II em Latour, visando delinear as suas distintas temporalizações, é feito de forma crítica, buscando traduzir as proposições da ator-rede para a historiografia. A partir das descrições dos dois casos, é possível perceber que, embora o anacronismo seja aparentemente apenas um critério de hierarquização dos seres no tempo, criando contemporaneidades a partir da extemporaneização de algumas agências, a sua mediação é fundamental para a manutenção de agregados coetâneos temporalmente múltiplos. Ao fim, conclui-se que a descrição ator-rede é capaz de integrar, na historiografia, uma série de agências que geralmente são exiladas do agora ou que têm a sua atuação subestimada, como é o caso dos não humanos, das coisas e dos mortos. Além disso, ao assumirmos o “social” como resultado das associações e não como um pressuposto a elas, as descrições da fabricação do tempo tornaram-se mais detalhadas, manifestando o seu caráter provisório e contingente. Espera-se, com esta pesquisa, contribuir para a inserção das ideias de Bruno Latour e dos science studies nos debates historiográficos, e também oferecer ferramentas capazes de descrever as controvérsias nas quais agências deslocadas de temporalidades variadas disputam questões públicas que são, de alguma forma, sensíveis a nós. |