As configurações das infâncias na periferia urbana : crianças, educação e processos culturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Costa, Marcia Rosa da
Orientador(a): Moll, Jaqueline
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/16910
Resumo: A tese tem como objetivo central analisar a produção de significados que as crianças constroem quando pensam as suas infâncias, principalmente atravessadas pelos processos culturais que configuram suas vidas na periferia urbana. A partir do desenvolvimento da pesquisa foram realizadas reflexões e análises, subsidiadas principalmente pela sociologia configuracional de Norbert Elias, sobre os processos culturais como formas, através das quais se produzem as relações que configuram as infâncias de crianças de periferia urbana, assumindo como pressuposto que as relações estabelecidas pelas crianças entre si e com os adultos, assim como os significados que conferem às diferentes práticas sociais, constituem elementos de estudos sociológicos que contribuem para a área da educação. A investigação adota uma abordagem configuracional, onde os dados empíricos foram buscados, em um centro educativo infantil, localizado no interior de um conjunto habitacional, na periferia urbana da cidade de Porto Alegre, principalmente, através de entrevistas e observações com crianças de quatro a seis anos. A pesquisa envolve basicamente as categorias infância, configurações sociais, educação, processos culturais e periferia urbana, sendo a cultura apresentada como uma categoria de análise importante para o aprofundamento e compreensão dos processos civilizadores que envolvem a infância. A afirmação de Norbert Elias de que não existem atitudes naturais do homem, sendo elas assimiladas através da educação social, é aprofundada a partir dos dados empíricos. A sociologia configuracional do sociólogo contribui para a construção do conceito de configurações das infâncias. Esse conceito expressa que as crianças estão nas teias configuracionais da sociedade e que, a partir desta concepção, não é possível falar em inserção social da criança, mas de relações e ações estabelecidas com as crianças, para as crianças e entre as crianças, na rede de relações, atravessadas pelas culturas e formadas pelos poderes e tensões, constituindo elos de interdependências sociais. São apresentadas análises sobre (a) os significados e entrelaçamentos de processos culturais e civilizadores que envolvem e constituem as infâncias no mundo urbano, especificamente na periferia, (b) os processos culturais presentes nas configurações das infâncias, através da produção de significados que se processam no interior das teias de interdependências, das quais as crianças participam e que configuram suas infâncias, caracterizando as culturas infantis. O trabalho pretende contribuir, para a área da educação, tornando mais presente perspectivas teóricas que aprofundam os estudos sobre as infâncias, tendo como referência as relações sociais processuais e a centralidade dos processos culturais.