Caracterização da microbiota intestinal de Arctocephalus australis, Arctocephalus tropicalis e Spheniscus magellanicus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lauer Júnior, Cláudio Marcos
Orientador(a): Frazzon, Ana Paula Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Gut
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204436
Resumo: A microbiota intestinal pode ser composta por organismos procarióticos, eucarióticos e vírus. Esta microbiota é adquirida durante o desenvolvimento de seu hospedeiro. A composição da microbiota intestinal pode proporcionar informações sobre o modo de vida dos hospedeiros, a alimentação, os parasitas e períodos com restrição de alimentos. Até o momento, poucos estudos avaliaram a microbiota intestinal de animais selvagens relacionando a idade e sexo em suas condições naturais. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo gerar dados sobre a microbiota intestinal de animais selvagens recolhidos ao longo do litoral do Rio Grande do Sul. Esta tese apresenta dois capítulos em forma de artigos, sendo o primeiro a avalição da microbiota eucariótica intestinal de lobo-marinho-sulamericano (Arctocephalus australis) e lobo-marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis). Para tanto, cinco as amostras de fezes de lobo-marinho-sul-americano (n = 2) (A. australis) e lobo-marinho-subantártico (n = 3) (A. tropicalis) foram submetidas à extração de DNA. O DNA extraído das amostras foi analisado por meio do sequenciamento parcial do gene de 18S rRNA utilizando a plataforma de alto desempenho Ion Torrent PGM. Os resultados mostraram que a microbiota eucariótica presente nas fezes dos lobos-marinhos era dominado pelo filo Chordata (51,28%) seguido por Nematoda (23,93%) e Platyhelminthes (11,74%). No geral, foi verificado que as comunidades eucarióticas encontradas eram heterogêneas entre os animais. O segundo capítulo, investiga a microbiota bacteriana presente na cloaca do pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus). As amostras foram coletadas com suabes cloacaes de 20 pinguim-de-Magalhães (S. magellanicus). As amostras dos pinguins foram divididas em seis pools de DNA, subsequentemente dividos em dois grupos de animais classificados como sub-condicionados (3 pools de DNA) e como caquéticos (3 pools de DNA) conforme suas massas corpóreas. As amostras de DNA do pinguim-de-Magalhães foram submetidas ao sequenciamento parcial do gene de 16S rRNA na plataforma Illumina MiSeq. Os resultados revelaram que o filo Proteobacteria era predominante em ambos os grupos de pinguins subcondicionados e caquéticos (53.70% e 44.70%), seguido por Firmicutes (16.30% e 23.70%) e Bacteroidetes (17.20% e 16.30%), Actinobacteria (9.10% e 9.80%), respectivamente. Os resultados não mostraram diferenças significativas entre ambos os grupos. O perfil metabólico apresentou como as vias mais proeminentes em ambos os grupos: a biossíntese aminoácidos (19.76% e 19.90%), carboidratos (19.04% e 18.99%), metabolismos de cofatores e vitaminas (13.80% e 13.50%) metabolismo energético (12.82 e 12.97%), porém não foram verificadas diferenças significativas entre os dois grupos avaliados. Esta pesquisa forneceu informações para futuros trabalhos sobre a microbiota eucariótica e procariótica nesses hospedeiros. Além disso, identificaram-se complexas comunidades de habitantes do intestino tanto de lobos-marinhos quanto de pinguins selvagens, este estudo também forneceu o primeiro relato sobre a comunidade bacteriana presente na cloaca de pinguins de Magalhães durante o período migração, coletados ao longo da costa norte do Rio Grande do Sul, Brasil.