Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Goldani, Fernanda |
Orientador(a): |
Mazo, Janice Zarpellon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/267963
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Resumo: |
No Brasil, a prática dos “futebóis” pelas mulheres no século XX, pouco apoio teve de associações e entidades esportivas. Na década de 1940, o futebol foi proibido no país por meio da promulgação do Decreto-Lei nº 3.199 de 1941. A referida legislação perdurou por mais de três décadas, sendo revogada no ano de 1979. Mesmo assim, nas décadas seguintes, a prática do futebol pelas mulheres não foi incorporada ou raríssimo espaço obteve no cenário esportivo brasileiro. Entretanto, em alguns lugares, as mulheres realizaram a prática em escolas e clubes como também organizaram equipes e competições esportivas de “futebóis”. No caso do Rio Grande do Sul foram encontrados indícios de uma equipe de mulheres praticantes de “futebóis” (futebol onze contra onze, futsal, futebol sete feminino, futebol com a quantidade de mulheres que comparecia nos treinamentos) na década de 1990, no Maracanã Futebol Clube, associação esportiva fundada no ano de 1970, na localidade de Morro Alto, no município de Maquiné/RS. Diante dos achados, a pesquisa trata de compreender como ocorreu a composição da equipe feminina de futebol sete do Maracanã Futebol Clube da localidade de Morro Alto, no município de Maquiné/RS, no período de sua existência entre os anos de 1992 até 1997. Para tal, foram coletadas e produzidas fontes orais por meio de entrevistas com as mulheres integrantes da equipe, o treinador e o radialista que divulgava a equipe de futebol sete feminino na rádio da localidade. Além disso, foram utilizadas fotografias, artefatos como medalhas e documentos do clube Maracanã. Os indícios extraídos das fontes foram submetidos à análise documental e confrontados com as informações obtidas através da revisão bibliográfica sobre o assunto. O processo de interpretação foi guiado pelos pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural, da História Oral e da História do Esporte. A análise das fontes históricas mostram que a prática de futebóis se manteve, principalmente, pelo empenho das mulheres. A análise temática de conteúdo das entrevistas revelou que as mulheres se reuniam no campo do clube Maracanã para realizarem os treinamentos, cuja frequência era de no máximo duas vezes por semana. Aos poucos começaram a participar de competições, que ocorriam em vários municípios do Rio Grande do Sul, disputando apenas uma competição fora do estado, em Santa Catarina. Ao longo do tempo, a equipe começou a participar de competições de futebol sete, uma vez que o número de atletas era reduzido. A equipe pagava os custos com deslocamento, alimentação, inscrição, dentre outros nas competições. O deslocamento das mulheres era feito, geralmente em uma kombi, pois comportava a equipe e era o meio disponível. O Maracanã emprestava para as mulheres o uniforme da equipe masculina de futebol para representarem o clube. E, a alimentação era por conta das mulheres, que levavam sanduíches, bolachas, frutas, dentre outros lanches. Nas competições, para a equipe vencedora, além do tradicional troféu e medalhas, a premiação era um tanto inusitada, por exemplo, um terneiro (novilho). Inclusive, a equipe vendeu este prêmio para obter recursos financeiros a fim de custear gastos com as viagens. |