Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Zanatta, Elisangela Argenta |
Orientador(a): |
Motta, Maria da Graça Corso da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/87247
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Resumo: |
Neste estudo, de vertente qualitativa,a pesquisa vincula-se à Linha de pesquisa Cuidado de enfermagem na saúde da mulher, criança, adolescente e família e ao Grupo de Estudos do Cuidado à Saúde nas Etapas da Vida (CEVIDA) do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O objetivo foi entender de que modo a violência é compreendida pelos jovens em seu vivido e as repercussões desse fenômeno em sua corporeidade, na perspectiva da vulnerabilidade; conhecer as vivências que os jovens universitários do Curso de Graduação em Enfermagem possuem e quais suas expectativas enquanto futuros cuidadores frente à violência. Os participantes foram 21 jovens, com idade entre 17 e 23 anos, acadêmicos de enfermagem de uma Universidade localizada em um município do Oeste Catarinense. Para a produção das informações foram utilizadas duas estratégias: construção do Genograma e Ecomapa, componentes do Modelo Calgary de Avaliação da Família de cada jovem e realização de Dinâmicas de Criatividade e Sensibilidade (DCS), preconizadas pelo Método Criativo e Sensível. A Pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul CAAE: 02870012.8.0000.5347. As informações foram interpretadas à luz da hermenêutica proposta por Paul Ricoeur, tendo como suporte os referenciais da vulnerabilidade e da corporeidade e delas emergiram cinco temas: desvelando as compreensões dos jovens sobre a violência a partir do discurso falado e escrito; repercussões da violência na corporeidade do jovem; formação profissional: percepções da violência; processo de cuidado em saúde – situações de violência percebida; expectativas e propostas dos jovens para a construção de uma cultura de paz. Os jovens compreendem que a violência faz parte do seu existir, está presente na família, na escola, nas ruas, nos espaços de lazer, no descaso do poder público, na corrupção. Definem a violência como um obstáculo em seus projetos de felicidade, um fenômeno que abala a sua corporeidade, provocando um vazio e deixando a vida sem cor, modificando seu modo de ser no mundo e na relação com o outro, condição agravada pela naturalização da violência no cenário atual.Na formação profissional reconhecem a violência simbólica, presente nas relações de autoridade entre docentes e discentes, e nas relações conflituosas entre profissionais dos serviços de saúde e acadêmicos. No processo de cuidado identificam, às vezes, a violência nas ações, de alguns profissionais de saúde, manifestada na falta de paciência, na negligencia em cumprir com algumas obrigações e na pouca atenção dispensada ao outro. Entendem que podem ser perpetradores da violência ao negligenciar o cuidado pela falta de habilidade técnica e dificuldade em visualizar o ser humano na sua integralidade. As expectativas dos jovens frente à violência estão relacionadas à possibilidade de realizarem mudanças em suas atitudes, controlando seus sentimentos de raiva, e na ação dos profissionais de saúde, especialmente do enfermeiro, no sentido de ajudar os jovens a serem construtores de uma cultura de paz na relação com o outro e no processo de cuidar em saúde. Acredita-se que a pesquisa revelou elementos importantes aos profissionais de saúde, em especial ao enfermeiro, para pensar a violência que co-habita o existir dos jovens; revelou informações essenciais para entender o jovem como corporeidade, como um ser que pode vivenciar situações de vulnerabilidade à violência nas dimensões individual, social e programática, que precisa ser e sentir-se cuidado pela família, pela sociedade, pelos profissionais de saúde, pelos professores, pois está se construindo enquanto um ser de cuidado; e ofereceu subsídios para repensar a prática do cuidado ao jovem nos diferentes cenário de saúde e educação. |